O Vaticano apresentou o instrumentum laboris do próximo Sínodo dos Bispos sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, que acontecerá de 3 a 28 de outubro deste ano.

O documento tem 214 pontos e foi elaborado com as contribuições recebidas pelos jovens de todo o mundo ao longo de vários meses. Alguns temas abordados são as relações familiares, o aumento de famílias monoparentais, a violência, os abusos sexuais, a pedofilia, o desemprego, o papel da mulher e a homossexualidade.

O texto faz referência a uma “metamorfose da condição humana” que, segundo algumas pessoas, o mundo está vivenciando em um nível antropológico e cultural.

Também se reconhece a dificuldade de algumas conferências episcopais “para entender o contexto e a cultura em que os jovens vivem” e acredita que um dos problemas é que, “atualmente, a relação entre jovens e adultos já não é um conflito geracional, mas a incomunicabilidade recíproca”.

A Igreja se encontra diante de um desafio fundamental, porque muitas paróquias também deixaram de ser um “lugar de encontro” e isso mostra que existe “uma dificuldade das instituições religiosas para entrar em sintonia com a consciência moderna e se expressar em uma linguagem inteligível para os jovens”.

O documento também expressa preocupação de que “um grande número de jovens das áreas mais secularizadas não pedem nada à Igreja, porque não a consideram uma interlocutora importante para a sua existência” e inclusive “pedem expressamente que lhes deixem em paz, porque sentem que a sua presença incomoda e até mesmo irrita”.

Sua origem estaria parcialmente nos “escândalos sexuais e econômicos, sobre os quais os jovens pedem à Igreja que reforce sua política de tolerância zero contra os casos de abusos sexuais”.

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Por sua parte, os jovens expressaram sua esperança de que “a Igreja seja uma instituição que brilhe por exemplaridade, competência, corresponsabilidade e solidez cultural” e que “compartilhe sua situação de vida em vez de fazer somente pregações”.

Também pedem à “hierarquia eclesiástica” que a Igreja seja “transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa”.

O Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, afirmou durante a apresentação que o documento foi elaborado segundo “o método do discernimento” e assinalou que este processo é representado por três verbos: “reconhecer, interpretar, escolher”.

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