O Papa Francisco fará uma viagem apostólica ao Iraque de 5 a 8 de março de 2021.

Segundo informações divulgadas nesta segunda-feira, 7 de dezembro, pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, a viagem do Pontífice a este país árabe incluirá a capital, Bagdá, a região de Ur, ligada à memória de Abraão, a cidade de Erbil, Mossul e Qaraqosh, na Planície de Nínive.

Esta é a primeira viagem que o Pontífice fará desde o início da pandemia do coronavírus, uma vez que em 2020 o Papa não fez nenhuma viagem apostólica internacional como medida preventiva contra possíveis infecções por COVID-19.

Desta forma, o Papa Francisco aceita o convite da República do Iraque e dos Bispos Católicos locais.

É também um sinal da proximidade do Pontífice com os habitantes deste país, severamente castigados pela guerra iniciada após a ocupação das tropas dos Estados Unidos, em 2003, para derrubar o regime de Saddam Hussein e a ofensiva dos terroristas do Estado Islâmico no verão de 2014.

Precisamente, a região da Planície de Nínive foi a mais castigada pelos terroristas. A Planície de Nínive era o lar de muitas comunidades cristãs antes da guerra. É uma região com uma presença cristã histórica que remonta às origens do cristianismo.

Após a ocupação do território, muitos cristãos fugiram de Mossul, Qaraqosh e outras cidades e vilas vizinhas, e se refugiaram no Curdistão iraquiano, ao norte da planície.

A capital do Curdistão iraquiano, Erbil, tornou-se então um sinal de exílio e resistência cristã e de outras minorias religiosas, como os yazidis e os muçulmanos que contrários ao Estado Islâmico.

O fato de o Papa visitar precisamente as cidades de Mossul, Qaraqosh e Erbil significa um símbolo de proximidade e apoio do Sumo Pontífice aos cristãos locais.

Em 25 de janeiro de 2020, o Papa Francisco recebeu o presidente da República do Iraque, Barham Salih, no Vaticano, um encontro no qual assinalaram a importância de preservar os cristãos no país, garantindo sua segurança.

Durante aquela audiência privada, o Pontífice e o presidente do Iraque “destacaram a importância de preservar a presença histórica dos cristãos no país, do qual são parte integrante, e a significativa contribuição que dão à reconstrução do tecido social, destacando a necessidade de lhes garantir segurança e um lugar no futuro do Iraque”, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé.

Além disso, o Santo Padre discutiu com o presidente do Iraque “os desafios que o país enfrenta atualmente” e juntos “analisaram os vários conflitos e as graves crises humanitárias que afligem a Região”.

Por fim, na audiência, assinalaram também “a importância de favorecer a estabilidade e o processo de reconstrução, incentivando o caminho do diálogo e a busca de soluções adequadas em favor dos cidadãos e no respeito pela soberania nacional”.

No Natal de 2018, o Papa Francisco enviou o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, ao Iraque para passar aqueles dias com a comunidade local.

Nessa visita, o Cardeal Parolin celebrou a Missa em Bagdá e visitou Qaraqosh, a principal cidade da província de Nínive, que foi ocupada por dois anos pelo Estado Islâmico.

O Cardeal Parolin lhes assegurou que o Papa Francisco "leva vocês ao seu coração e reza sempre por vocês".

"Obrigado pelo seu testemunho de fé, provada também pelo sofrimento e pelo martírio. Este testemunho foi e continua sendo um tesouro para toda a Igreja. Fiquem firmes na fé e no amor”, disse o Cardeal.

Segundo dados da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), a invasão do Estado Islâmico fez com que 75% dos cristãos no Iraque e na Síria fugissem de seus países.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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