As universidades pontifícias de Roma (Itália) fecharão temporariamente a partir de hoje, depois que o número de mortos no país por causa do coronavírus COVID-19 ultrapassou 100 pessoas na quarta-feira, 4 de março.

As autoridades italianas anunciaram em 4 de março que todas as escolas e universidades do país serão fechadas de 5 a 15 de março devido ao surto de coronavírus.

Espera-se que as universidades pontifícias de Roma, escolas credenciadas pelo Vaticano que ensinam Teologia, Filosofia e outras disciplinas relacionadas, sigam a diretriz do governo italiano.

A Pontifícia Universidade da Santa Cruz emitiu um comunicado na terça-feira para informar aos alunos que, "após o anúncio do governo italiano", a universidade suspenderá as aulas até 15 de março.

"O mesmo acontecerá com as conferências e congressos, que serão adiados para novas datas que serão comunicadas por seus organizadores”, acrescentou a universidade. Indicou que as aulas de educação online continuarão.

A Universidade Pontifícia de Santo Tomás de Aquino publicou em seu site, em 4 de março, que suspenderá as aulas até o dia 15. A universidade também cancelou os eventos da segunda-feira, 9 de março, programados para comemorar a festa de Santo Tomás de Aquino.

Com 107 mortes relacionadas ao coronavírus desde 22 de fevereiro, a Itália superou o Irã ao ter a mortalidade mais documentada fora da China.

A maioria dos casos confirmados de COVID-19 ocorreu nas regiões do norte da Itália. Em Lácio, a região que circunda Roma, há 30 infectados com o coronavírus desde 4 de março.

A Itália tem a população mais idosa do mundo depois do Japão; mais de 23% dos habitantes tem 65 anos ou mais.

Desde 3 de março, o italiano mais jovem que morreu pelo COVID-19 tinha 55 anos. A maioria das pessoas que morreram com coronavírus tem mais de 60 anos.

O Vaticano respondeu ao surto adiando grandes eventos da primavera com significativa participação internacional.

Entre eles, a cúpula econômica do Papa "Economia de Francisco", originalmente marcada para 26 e 28 de março. A conferência econômica em Assis será realizada no dia 2 de novembro.

O Vaticano também anunciou em 3 de março que o Pacto Global sobre Educação do Papa Francisco, programado para maio, será adiado para os dias 11 e 18 de outubro.

"A incerteza relacionada à propagação do coronavírus, junto com as decisões tomadas pelas autoridades públicas em todo o mundo, levaram à decisão de adiar a reunião prevista para permitir a participação mais ampla e serena possível", afirmou a Congregação para a Educação. Católica em um comunicado.

“O Pacto Global não se limita às instituições educacionais e acadêmicas, mas, na crença de que o compromisso com a educação deve ser compartilhado por todos, envolve representantes de religiões, organizações internacionais e várias instituições humanitárias, acadêmicas, econômicas, políticas e culturais do mundo”, acrescentou.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, também disse que medidas de precaução foram tomadas na Cidade do Vaticano.

Nos escritórios da Cidade do Vaticano foram instalados higienizadores de mãos e há uma enfermeira e um médico de plantão em uma clínica próxima para prestar assistência imediata, disse Bruni a Vatican News.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a Itália tem o terceiro maior número de novos casos de coronavírus registrados depois da China e da Coreia do Sul.

O COVID-19 é um novo tipo de coronavírus que pode causar febre, tosse e falta de ar. Em alguns casos, pode causar pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave.

Na Itália, a maioria dos casos ocorre na região da Lombardia, no norte, seguida por Emilia-Romagna e Veneto. Desses casos, muitos são leves e são tratados em casa.

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O Ministério da Saúde italiano informou que, em 4 de março, 276 pessoas no país haviam se recuperado do COVID-19.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Quriroz.

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