"Tomara que possamos dar marcha ré a tudo isso, e se reconheça efetivamente o direito à vida do ser humano, que é o concebido não nascido. Temos que continuar comprometidos em batalhar pela vida", expressou o sacerdote jesuíta Marcelo Coppetti, Vice-reitor da Universidade Católica do Uruguai depois da despenalização do aborto nesse país.

Em declarações a Rádio Vaticano e depois da despenalização do aborto até a 12ª semana de gestação, decidida na última terça-feira, o Padre Copetti disse que "embora, hoje o resultado seja adverso, confiamos em que será possível seguir trabalhando para que possam haver projetos de lei alternativos em próximas legislaturas, que, de algum jeito, invertam a situação".

O sacerdote recordou a carta aberta publicada pela Universidade Católica do Uruguai e assinalou que a missiva foi escrita em essência para reconhecer que "desde o momento mesmo da concepção estamos ante um ser distinto, um ser distinto a sua mãe e ao seu pai, com um DNA distinto, que começa a se desenvolver desde esse mesmo instante e, portanto, estamos, sem dúvida, frente a um indivíduo da espécie humana, logo, o aborto é cometer um delito".

Finalmente expressou que a decisão tomada pela Câmara dos Deputados (com 50 votos a favor do aborto e 49 a favor da vida) "é negativa para a vida e negativa para os valores fundamentais que nós queremos defender e estamos comprometidos a defender".

A iniciativa legislativa, aprovada após mais de 13 horas de debate e um dia depois de que na capital, Montevidéu, milhares de pessoas se manifestassem expressando apoio à defesa da vida desde a concepção, espera agora a ratificação por parte do Senado e a promulgação do presidente José Mujica, quem já manifestou que a apoiaria.