Vaticano, 23 de out de 2020 às 18:00
Por meio de um comunicado oficial, a Televisa esclareceu que a origem da cena em que o Papa Francisco expressa seu apoio a uma "lei de convivência civil" (ou união civil, segundo explicou um de seus assessores), veio da entrevista concedida à sua correspondente em Roma Valentina Alazraki em 2019, mas que eles nunca tiveram esse fragmento do vídeo gravado e editado pelo Vaticano.
“O Grupo Televisa esclarece que o material da entrevista de Valentina Alazraki que recebeu e transmitiu na época com o Papa Francisco não foi editado, foi o que lhe proporcionou o Vaticano. O ângulo da entrevista era outro”, diz o comunicado publicado na quinta-feira, em referência ao fato de que a entrevista queria focar no tema dos abusos sexuais, amplamente discutidos pelo Papa com Alazraki.
Em 21 de outubro, em uma publicação no Facebook que foi compartilhada nas redes sociais pela Conferência Episcopal Argentina, Dom Víctor Manuel Fernández, Arcebispo de La Plata (Argentina) e assessor teológico do Papa Francisco, deu a entender que para o Santo Padre os termos “convivência civil” e “união civil” são o mesmo reconhecimento legal para “uniões muito estreitas entre pessoas do mesmo sexo”.
Na quinta-feira à noite, em um comunicado publicado por Washington Post, Rubén Acosta Montoya indicou que as declarações sobre as uniões civis foram eliminadas pelo Vaticano, que é proprietário e operador das câmeras utilizadas para a entrevista na Santa Sé.
“Alguém no Vaticano nos deu a parte que finalmente transmitimos e depois deram o resto do material a outra pessoa”, indicou Acosta Montoya, em referência aos produtores de “Francesco”.
Na sexta-feira, respondendo a uma nota da revista Forbes em espanhol, que ainda insinuava que a Televisa estava de posse da parte controversa do vídeo, a Televisa publicou um tuíte em sua conta oficial confirmando: "A Televisa não teve (ou tem) vídeo dessas declarações".
O comunicado da Televisa deixa claro que as declarações do Papa Francisco reproduzidas pelo documentário "Francesco" foram originalmente eliminadas pelas autoridades de imprensa do Vaticano para a versão final transmitida no México; mas depois oferecidas ao diretor Evgeny Afineevsky para seu documentário. A única fonte que tem o documentário completo, portanto, e que pode proporcionar o contexto completo das declarações do Papa é o Vaticano.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
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— ACI Digital (@acidigital) October 23, 2020