Uma das grandes tradições na Solenidade de Corpus Christi no Brasil é a confecção de tapetes temáticos por onde passa a procissão com o Santíssimo Sacramento, o que se repetiu mais uma vez este ano, com resultados que impressionaram os fiéis por todo o país.

Os desenhos dão ênfase aos temas sobre a Eucaristia, mas a criatividade das comunidades dá um toque especial, com o uso dos mais diversos materiais, como serragem e pedras coloridas, borra de café, flores, areia, sal, tecidos, entre outros.

Conforme explica artigo publicado por Prof. Felipe Aquino no site ‘Cleofas’, “a tradição de fazer o tapete com folhas e flores vem dos imigrantes açorianos”. “Essa tradição praticamente desapareceu em Portugal continental, onde teve origem, mas foi mantida nos Açores e nos lugares em que chegaram seus imigrantes”, afirma Prof. Aquino.

“Em todo o Brasil – acrescenta – esta festa adquiriu contornos do barroco português. Corpus Christi é celebrado desde a época colonial com uma abundância de cores. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais”.

A tradição se espalhou pelo país e, atualmente, “no dia dedicado ao Corpo de Deus (Corpus Christi), várias cidades brasileiras, organizam procissões, que percorrem as ruas enfeitadas com tapetes. A confecção de tapetes de rua é uma magnífica manifestação de arte popular”.

Em declarações ao site da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o pároco da Catedral Metropolitana, cônego Cláudio dos Santos, explicou que na Solenidade de Corpus Christi os cristãos têm a oportunidade de testemunhar e seguir, mais uma vez, o pedido do Senhor.

“Testemunhamos a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, recordando o que Ele nos pediu na Última Ceia: ‘Tomai, isto é meu Corpo’. Essa festividade se concentra na Catedral de São Sebastião, a Igreja Mãe do Rio. Nela, ofertamos a Deus, através dos tapetes, aquilo de belo que podemos expressar de nossa cultura, manifestando nosso louvor e amor”, completou.

A confecção dos tapetes de Corpus Christi costuma reunir milhares de pessoas nas diversas cidades do Brasil, membros de paróquias, comunidades, movimentos, pastorais e até mesmo famílias inteiras.

Trata-se de “um verdadeiro mutirão de fé e representa um verdadeiro testemunho de comunhão e solidariedade, uma vivência do Evangelho de Jesus”, assinalou ao site da CNBB Padre Nelson Antônio, da Paróquia São José, em Belo Horizonte (MG).

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