A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos removeu um link para o site do New Ways Ministry (Ministério Novos Caminhos) de uma página de recursos, 11 anos depois de que a Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) desaprovou o grupo católico dissidente pró-LGBT.

Thierry Bonaventura, gerente de comunicação da Secretaria Geral, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI, no dia 7 de dezembro, que o link no site synodresources.org havia sido removido.

O New Ways Ministry foi fundado em 1977 na arquidiocese de Washington pela irmã Jeannine Gramick e pelo padre Robert Nugent.

Em 1999, a Congregação para a Doutrina da Fé, da Santa Sé, declarou que, devido a erros e ambiguidades na abordagem de Gramick e Nugent, ambos estavam banidos permanentemente de qualquer trabalho pastoral com homossexuais.

A notificação da Congregação, assinada pelo então cardeal Joseph Ratzinger, dizia que suas posições "sobre o mal intrínseco dos atos homossexuais e a desordem objetiva da inclinação homossexual são doutrinariamente inaceitáveis porque não transmitem fielmente o ensino claro e consistente da Igreja Católica nesta área".

Em sua conta no Twitter em 6 de dezembro último, o padre jesuíta James Martin saudou o link agora retirado como “um pequeno, mas histórico, passo à frente para os #LGBTQ católicos” (lésbicas, gays, transgêneros e bissexuais). Padre Martin, autor de Building a Bridge (Construindo uma ponte, em tradução livre), que defende a aproximação da Igreja Católica da agenda LGTB sem levar em conta o que dizem a Bíblia, o Catecismo da Igreja Católica, a tradição e o magistério sobre as relações  homossexuais, escreveu: “Como Papa Francisco disse, todas as vozes devem ser ouvidas no Sínodo ...".

Bonaventura disse que o site oficial "synodresources.org" é uma iniciativa da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos para compartilhar recursos entre dioceses, conferências episcopais e organizações católicas oficiais. Ele observou que o endereço do site não termina em “.va”, o domínio de internet da Cidade do Vaticano. “Isso significa que o conteúdo publicado não expressa a opinião da Secretaria Geral do Sínodo ou do Vaticano”, disse.

“Ao mesmo tempo, mesmo que estejamos abertos a receber recursos úteis sem uma censura particular do material, é nosso desejo receber contribuições de organizações oficialmente reconhecidas pela Igreja Católica. Nesse caso, minha equipe não tinha conhecimento da situação da organização New Ways e do esclarecimento dado pelo presidente da USCCB em 2010”, explicou.

Em 2010, o cardeal Francis George, então presidente da USCCB, emitiu uma declaração sobre New Ways Ministry dizendo que a iniciativa "não tem a aprovação ou o reconhecimento da Igreja Católica e que eles não podem falar em nome dos fiéis católicos nos EUA".

A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, da Santa Sé, supervisiona atualmente o que foi descrito como um dos maiores exercícios de consulta da história da humanidade, antes do Sínodo sobre Sinodalidade de 2023.

Um manual publicado pela Santa Sé em setembro exortou as dioceses a incluir "todos os batizados" no processo, incluindo aqueles que estão à margem da vida da Igreja.

Diz o manual: “Deve-se ter um cuidado especial para envolver aquelas pessoas que correm o risco de ser excluídas: as mulheres, as pessoas com deficiência, os refugiados, os migrantes, os idosos, as pessoas em situação de pobreza, os católicos que raramente ou nunca praticam sua fé, etc.”.

A Santa Sé anunciou em maio que o Sínodo sobre a Sinodalidade seria aberto com uma fase diocesana a partir de outubro de 2021.

Uma segunda fase continental ocorrerá de setembro de 2022 a março de 2023.

Confira também: