São Pedro e São Paulo dão a a imagem “de uma Igreja libertada que pode oferecer ao mundo a libertação que ele não pode dar a si mesmo: libertação do pecado, da morte, da resignação, do sentimento de injustiça, da perda da esperança, que degrada a vida das mulheres e dos homens da nossa Tempo", disse o papa Francisco na homilia da missa da terça-feira, 29 de junho, solenidade de São Pedro e São Paulo.

Antes da missa, o papa abençoou os pálios destinados aos arcebispos metropolitanos nomeados durante o ano e que lhes serão impostos na respectiva Sé pelo representante papal. O pálio é uma faixa de lã branca que é colocada sobre ombros dos arcebispos. A veste representa a ovelha que o pastor carrega nos ombros, assim como fez Cristo com a ovelha perdida. O pálio é também a prerrogativa dos arcebispos metropolitanos, como símbolo de jurisdição em comunhão com a Santa Sé.

No último ano foram nomeados 34 novos arcebispos dos quais 4 brasileiros: dom Gilberto Pastana de Oliveira, arcebispo de São Luís do Maranhão; dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria; dom Severino Clasen O.F.M., arcebispo de Maringá e dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília.

O pálio é “sinal de unidade com Pedro”, disse o papa, que “recorda a missão do pastor que dá a vida pelo rebanho. Ao dar a vida, o pastor, libertado de si mesmo, torna-se instrumento de libertação para os irmãos”.

Na homilia, Francisco disse que São Pedro e São Paulo “experimentaram um amor que os curou e os libertou e, como tal, tornaram-se apóstolos e ministros de libertação para outros. Pedro e Paulo são livres apenas porque foram libertados”.

São Pedro, “apesar de ser forte e impetuoso, muitas vezes se deixava levar pelo medo”, disse o papa. “Embora fosse um discípulo apaixonado do Senhor, continuou a raciocinar segundo o mundo, sem ser capaz de compreender e aceitar o significado da cruz de Cristo”.

Jesus “o libertou do medo, dos cálculos baseados unicamente na segurança humana, das preocupações mundanas, dando-lhe a coragem de arriscar tudo e a alegria de se sentir pescador de homens”, disse Francisco. “E o chamou precisamente para confirmar seus irmãos na fé”.

Sobre São Paulo, o papa disse que “foi libertado da escravidão mais opressora, a de seu ego. Deixou de ser Saul, o nome do primeiro rei de Israel, para tornar-se Paulo, que significa 'pequeno'. Ele também foi libertado do zelo religioso que o fez um ferrenho defensor das tradições que recebeu e um violento perseguidor dos cristãos”.

Para Francisco, “a Igreja olha para estes dois gigantes da fé e vê dois Apóstolos que divulgaram o poder do Evangelho no mundo, apenas porque antes foram libertados pelo seu encontro com Cristo. Não os julgou, não os humilhou, mas antes partilhou a sua vida com afeto e proximidade, apoiando-os com a sua própria oração e por vezes repreendendo-os para os motivar a mudar”.

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