O Santuário de Fátima, em Portugal, divulgou o balanço de 2020 e, segundo o reitor Pe. Carlos Cabecinhas, tratou-se do ano mais “difícil” e “dramático”, por causa da pandemia de Covid-19, que refletiu na diminuição do número de peregrinos bem como nas receitas.

“O ano de 2020 foi um ano diferente, marcado pela estranheza da situação de pandemia e pelos desafios de procurar caminhos de contato com os peregrinos”, disse o sacerdote em um vídeo que assinala o 43ª Encontro de Hoteleiros, agendado para a última quinta –feira, mas que não ocorreu devido ao Estado de Emergência e às condições sanitárias impostas pela pandemia.

O reitor classificou os “números da estatística” como “reveladores do dramatismo da situação”.

De acordo com o balanço do Santuário, no ano passado, 1.403.197 peregrinos conseguiram participar presencialmente em 4.384 celebrações. Já em 2019, esses números tinham sido bem mais amplos, uma vez que foram registrados 6,3 milhões de peregrinos em 10 mil celebrações.

Nesse sentido, Pe. Cabecinhas considerou que “2020 não foi apenas um ano diferente e estranho: foi um ano difícil”, pois “nos confrontou com a necessidade de fechar espaços vocacionados para acolher, para receber, para estarem abertos; difícil porque tivemos de celebrar pela primeira vez o 12 e 13 de maio sem presença física de peregrinos e o 12 e 13 de outubro apenas com 6 mil peregrinos no amplo recinto de oração”.

Além disso, em 2020, as doações ao Santuário de Fátima tiveram uma redução de 49,15%. Por isso, o reitor acrescentou que foi um ano “difícil ainda a nível econômico, pois este lugar depende da presença e da generosidade de quem nos visita”.

Conforme recordou o site do Santuário, no ano passado, Fátima ficou quase três meses sem peregrinos, de 14 de março a 30 de maio, tendo celebrado sem a presença de fiéis a Quaresma, a Semana Santa e a Páscoa.

De acordo com os dados, entre janeiro e 13 de março, dia em que foram suspensas as celebrações com a presença de peregrinos, registrou-se a presença de 341.537 peregrinos em 1450 celebrações.

O mês de abril foi o pior na história do Santuário, contabilizando 444 participantes em 119 celebrações sem assembleia, as quais contaram apenas com os intervenientes na liturgia: leitores, cantores e acólitos, número total de participantes.

Entre 30 de maio e 30 de setembro, 851.985 peregrinos participaram de 1.788 celebrações na Cova da Iria. E, dentro deste período, o mês de agosto foi o que teve maior número de peregrinos no ano, com 383.293 fiéis em 448 celebrações 383.293 peregrinos, sendo a maioria portugueses.

Por outro lado, o Santuário viu aumentar os seus números nas redes sociais. Segundo assinala em seu site, a aposta nas transmissões ao vivo se refletiu “no número de seguidores e na taxa de interação das restantes publicações, que tiveram um crescimento considerável”.

De acordo com os dados, no Facebook o Santuário conta com 1.247.822 seguidores, sendo mais 247.822 do que no início da pandemia; e no Youtube, canal onde se registou a subida mais significativa, há 192 mil subscritores, o que representa 127 mil a mais do que no início do ano passado.

Entre as pessoas que seguem o Santuário de Fátima nas redes sociais, a maioria é formada por portugueses ou falantes da língua portuguesa, com particular destaque para o Brasil.

“Fátima foi sempre resiliente; em mais de um século de história, experimentou muitas dificuldades e saiu sempre mais forte. Queremos que agora também assim seja”, declarou Pe. Carlos Cabecinhas.

Por fim, o reitor assinalou que, “apesar de vivermos, agora, um momento dramático, fazemo-lo com a esperança de que este ano seja já de recuperação”.

“Respeitamos, agora, as regras do confinamento, com os olhos postos na possibilidade de retomarmos a atividade com maior normalidade. Acreditamos que, diante de nós, se abrem horizontes de esperança”, concluiu.

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