Na última quinta-feira, 20 de junho, durante o evento evangélico Marcha para Jesus, em São Paulo (SP), o cantor gospel Fernandinho atacou Nossa Senhora, ao dizer que “o Brasil não tem uma senhora”; diante disso, Pe. Augusto Bezerra, conhecido sacerdote da Arquidiocese do Rio e influencer digital, publicou uma resposta “bíblica”.

A declaração do cantor se deu durante o seu show na Marcha para Jesus, evento evangélico que anualmente reúne milhões de pessoas na capital paulista. Entre suas músicas, ele afirmou: “O Brasil não tem uma senhora, o Brasil tem um senhor, e o nome dele é Jesus”.

Por sua vez, Pe. Augusto Bezerra, sacerdote da Arquidiocese do Rio de Janeiro e conhecido por seu apostolado nas redes sociais, publicou em sua página do Facebook uma “resposta ao cantor protestante Fernandinho”, ao qual questionou: “é sério que você disse que ‘o Brasil não tem uma senhora’?”.

“A minha resposta a sua pessoa será bíblica, pois quero que seja bem fundamentalista com o versículo que citarei”, disse o padre.

Nesse sentido, perguntou: “Não está lembrado da saudação do Anjo à Virgem Maria? Ele a saúda de uma maneira muitíssimo específica: ‘Ave, Cheia de Graça’ (Lc 1,28)! Por acaso, sabe o que quer dizer ‘Ave’ na antiguidade?”.

Pe. Bezerra explicou que esta “era uma saudação dada exclusivamente ao imperador ou ao rei. E pra não deixar dúvidas de que era uma saudação extraordinária, diz o versículo seguinte: ‘Perturbou-se ela com essas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação’ (Lc 1,29)”.

“Bem, o arcanjo Gabriel a trata como senhora, e um filho a trata como qualquer. Mas Ela é sim Senhora, Mãe e Rainha, quer queira, quer não, e do mundo inteiro: ‘Ave, Rainha, Ave, Senhora, da Luz do mundo és aurora’!”, completou.

Vale recordar que Nossa senhora Aparecida é chamada pelos católicos de “Rainha e Padroeira do Brasil” há mais de um século.

Em 1884, como reconhecimento por uma graça alcançada, a Princesa Isabel ofereceu à Virgem “uma coroa de ouro 24 quilates, 300 gramas, cravejada de brilhantes”, recorda o Santuário de Aparecida.  “Essa mesma coroa serviu, vinte anos depois, para a solene coroação da Imagem, por ordem do Papa São Pio X”.

Anos mais tarde, em 1929, aconteceu o Congresso Mariano em Aparecida (SP), em comemoração pelo jubileu de prata da coroação de Nossa Senhora. Logo após esse evento, surgiu o desejo de solicitar ao Papa Pio IX que declarasse Nossa Senhora da Conceição Aparecida, até então Rainha, agora também Padroeira do Brasil junto com São Pedro de Alcântara, o santo de devoção da família imperial brasileira.

Conforme recorda o site do Santuário, este pedido foi enviado pelo Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, o Cardeal Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, e acolhido pelo Pontífice em 16 de julho de 1930, em uma carta que afirmava:

“Constituímos e declaramos a Beatíssima Virgem Maria, concebida sem mancha, conhecida sob o título de ‘Aparecida’ Padroeira principal de todo o Brasil diante de Deus”.

A proclamação solene de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil aconteceu em 31 de maio de 1931, no Rio de Janeiro, então capital do país, durante o ato de Proclamação Patronal. Estiveram presentes cerca de um milhão de pessoas, entre as quais o então Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, seus ministros e autoridades civis e militares.

Posteriormente, recorda o Santuário mariano, “em 30 de junho de 1980, o então presidente João Figueiredo, sancionou a Lei Nº 6.802, na qual ficava ‘declarado feriado nacional o dia 12 de outubro, para culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil’”.

Recentemente a Consagração do Brasil à Nossa Senhora foi renovada em um ato solene em Brasília, que contou com a presença de parlamentares, bispos e religiosos católicos e do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Para conferir o texto de Pe. Augusto, clique AQUI.

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