Padre Hugo Valdemar, cônego penitenciário da Arquidiocese Primaz do México, denunciou o assédio do crime organizado contra a Igreja em diferentes partes do país.

Em sua coluna "Igreja perseguida e silenciada", publicada no jornal mexicano ‘ContraRéplica’, Pe. Valdemar disse que "há povoados no México onde o crime organizado chegou ao ponto de cometer excessos como tentar controlar a atividade dos párocos, contrata pessoas como ‘falcões’ para vigiar as missas".

Este nível de assédio, indicou, ocorre principalmente nas homilias, "onde os sacerdotes não podem denunciar as atividades ilegais, não são livres para falar claramente sobre a imoralidade de suas atividades e sobre a corrupção que provocam no tecido social".

"Inclusive, chegou ao extremo de ter crianças falcões que espiam o que se ensina nas aulas de catequese para que não se fale contra a perversidade de suas atividades, ou seja, os pecados capitais como roubar, matar, corromper, perverter, etc.”, assinalou.

"Diante disso, o que os católicos vamos fazer? Continuaremos passivos e calados?”, questionou.

A violência no México não parou de crescer neste ano. Nos dois primeiros meses de 2019, foram registrados 5.649 homicídios, 13,5% a mais que no mesmo período do ano anterior.

De acordo com o Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Criminal A.C., 15 das 50 cidades mais violentas do mundo em 2018 eram mexicanas.

Padre Valdemar criticou também que, tanto diante do assédio sofrido pela Igreja no México, como diante da perseguição que os cristãos enfrentam em outros países, “não escutamos dos organismos internacionais como, por exemplo, a ONU, nenhuma demonstração de preocupação, e a comunidade internacional não toma medidas para evitar estes assassinatos”.

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