O rosário de ouro de Maria Stuart (1542-1587), rainha da Escócia, foi roubado do castelo de Arundel, em West Sussex, no sul da Inglaterra no dia 21 de maio, informou a polícia do Reino Unido. “É uma perda trágica para a história”, disse à CNA a curadora das Coleções Stonyhurst, Jan Graffius. Como curadora, Jan Graffius supervisiona uma vasta coleção de relíquias de mártires católicos pertencente à faculdade Stonyhurst, em Lancashire, no norte da Inglaterra. “O verdadeiro valor de ítens como o rasário de Maria Stuart não pode ser medido em termos financeiros”, disse ela.

Maria, Rainha dos Escoceses, também conhecida como Maria Stuart, levou consigo o rosário para sua execução no Castelo de Fotheringhay, Northamptonshire, em 8 de fevereiro de 1587. Tida como a herdeira legítima do trono pelos católicos ingleses, Maria foi presa por sua prima, a rainha protestante Elizabeth I. Depois de 18 anos presa, Maria foi condenada à morte por sua alegada participação numa tentativa de matar Elizabeth.

Maria passou suas horas finais em oração e suas últimas palavras foram “In manus tuas, Domine, commendo spiritum meum” (Em tuas mãos, Senhor, entrego meu espírito). O carrasco não conseguiu cortar a cabeça de Maria no primeiro golpe e foram necessários mais dois golpes de machado. Depois da morte de Maria Stuart, seu rosário foi enviado para o Duque de Norfolk, em Arundel.

A polícia de Sussex disse que os funcionários do castelo de Arundel se deram conta da invasão por ladrões às 10h30 da noite graças ao alarme. Os polícias chegaram em poucos minutos, mas os ladrões conseguiram fugir com vários objetos, entre os quais o rosário. “O rosário tem pouco valor intrínseco como metal, mas para a história e para o patrimônio da nação é insubstituível”, disse a polícia em um comunicado sobre o roubo.

Por mais de 400 anos, o Castelo de Arundel foi a sede dos duques de Norfolk, título historicamente visto como o do principal leigo católico do país.

Além do rosário, os ladrões levaram vários cálices usados em comemorações de coroações reais e outros objetos de ouro. Um porta-voz do castelo disse que “os itens roubados têm um valor monetário significativo, mas como artefatos únicos da coleção do Duque de Norfolk têm uma importância histórica imensamente maior e sem preço.” Segundo a polícia, o conjunto de objetos roubados vale cerca de US$ 1,4 milhões. “Conclamamos a quem tiver qualquer informação a se apresentar à polícia para ajudá-la a devolver esses tesouros ao lugar a que pertencem.”

A polícia disse estar investigando um veículo 4x4 encontrado em chamas na localidade vizinha de Barlavington como possivelmente ligado ao roubo. Segundo o detetive Molly O’Malley, do Departamento de Investigação Criminal de Chichester, o castelo havia sido reaberto no dia 18 de maio depois de meses fechado por causa das medidas de combate à pandemia de covid-19.

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