Recentemente um meio de comunicação da Jordânia compartilhou fotografias de um grupo de jovens iraquianas refugiadas nesse país que confeccionaram uma casula para que seja utilizada pelo Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Cracóvia no final do mês de julho.

“Fizemos este paramento com retalhos de tecido reciclados, pois as coisas belas e úteis para dar glória ao Senhor normalmente podem surgir do que é rechaçado”, escreveram as jovens em uma carta dirigida ao Papa Francisco e citada pelo francês ‘La Croix’.

A casula foi enviada junto com esta carta publicada originalmente em junho no blog do Padre Mario Corniole, um sacerdote italiano que serve no Patriarcado Latino de Jerusalém.

“Deixamos tudo o que tínhamos para salvar nossa vida e nossa fé. Escolhemos seguir e acreditar em Cristo, que nunca nos abandonou. Ele nos deu a força para suportar as dificuldades e chegar à Jordânia”, escrevem as jovens.

“Tivemos que salvar nossas vidas, esta era a única decisão que podíamos tomar, na medida em que o Daesh (Estado Islâmico) oferecia aos cristãos as três seguintes opções: negar nossa fé e converter-nos ao Islã, pagar o imposto, ou morrer”, afirmam Farah, Maryam, Dalida e outras jovens que assinaram como “suas filhas” a carta enviada ao Santo Padre.

Ao chegar a Amã, a capital da Jordânia, as jovens foram acolhidas pelo Pe. Corniole e um grupo de religiosas que as ajudaram a restabelecer-se. Foram capacitadas em uma oficina de costura, pois a Jordânia não reconhece os diplomas expedidos no país de origem delas.

O presbítero também pediu a colaboração da Nunciatura Apostólica na Arábia Saudita, da paróquia caldeia e de alguns voluntários italianos que trabalham em desenho e costura.

Além disso, as jovens criaram uma coleção de roupa chamada “Made by Iraqi girls”, promovida através das redes sociais e que obteve certo sucesso graças à combinação da tradição oriental e da ocidental.

“Esperamos conhecê-lo na Cracóvia durante a JMJ para receber sua bênção. Somos refugiadas na Jordânia e se abandonarmos o país não teremos um visto para voltar. O senhor é o único que pode nos ajudar”, foi o pedido das jovens refugiadas ao Papa Francisco.

A Jordânia é um dos principais lugares de refúgio para quem quer fugir do conflito no Oriente Médio. Acolhe aproximadamente 130.000 iraquianos e 1,3 milhão de sírios.

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