“O sinal de que alguém é um bom cristão é quando a conversão chega ao bolso”. Com essas palavras pronunciadas durante a Audiência Geral desta quarta-feira 21 de agosto no Sala Paulo VI no Vaticano, o Papa Francisco explicou o que se deve fazer para ser um bom cristão.

“Se querem saber se são bons cristãos…, sim, devem rezar, devem buscar se aproximar à comunhão, à reconciliação…, mas o sinal de que seu coração se converteu é quando a conversão chega ao bolso. Aí é onde se vê. Se for generoso com os demais, se ajuda os mais fracos, os mais pobres: quando nega o próprio interesse. Quando a conversão chega aí, estejam seguros de que é uma verdadeira conversão. Se unicamente ficar nas palavras, nos gestos…, não é uma boa conversão”.

Em sua catequese, o Papa refletiu sobre o termo koinonia, “palavra grega que quer dizer, ‘pôr em comum’, ‘compartilhar’, ‘comunicar, participar’. Da Igreja das origens, koinonia fazia referência, sobretudo, à participação no Corpo e Sangue de Cristo, que se traduz em união fraterna e, portanto, também na partilha comum dos bens e na coleta a favor da Igreja mãe de Jerusalém”.

O Santo Padre explicou que “a koinonia, ou comunhão, converteu-se na nova modalidade de relação entre os discípulos do Senhor. Uma modalidade cristã. Até tal ponto que os pagãos olhavam para os cristãos e diziam: ‘Vejam como se amam’. O amor era a modalidade, mas não um amor de palavra, um amor falso. Não. Amor de obras, de ajudar uns aos outros. Amor concreto. A concreção do amor. O vínculo com Cristo instaura um vínculo entre irmãos que avançam juntos e se expressa também na comunhão de bens materiais”.

Francisco convidou a “não esquecer-se dos pobres. Recordar os pobres. Não só os pobres materiais, mas também os pobres espirituais. Aquele que tem problemas, tem necessidade de nossa proximidade. Um cristão sempre parte de si mesmo, de seu próprio coração e se aproxima como Jesus se aproximou de nós”.

“A Igreja sempre teve este gesto cristão no qual os seus membros se despojavam das coisas que lhes sobravam, das coisas que não eram necessárias, para dar àqueles que tinham necessidade. E não só dinheiro, mas também tempo. Quantos cristãos, por exemplo, aqui na Itália, fazem voluntariado. Isto é muito bonito. É comunhão: compartilhar meu tempo com outros para ajudar àqueles que têm necessidade: o voluntariado, as obras de caridade, as visitas aos doentes… Devemos sempre compartilhar com outros, e não procurar unicamente o próprio interesse”.

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