Na madrugada de terça-feira, 17 de julho, desconhecidos invadiram a Catedral de Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio, em Campo Grande (MS) e profanaram o sacrário, que foi lançado ao chão com as hóstias consagradas.

O pároco, Padre Odair Costa, percebeu que a Igreja havia sido invadida na manhã de terça-feira, ao chegar ao templo, por volta das 7h, quando viu as portas danificadas. Entrou imediatamente e se deparou com o sacrário destruído e as hóstias e cálices no chão.

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“Imagina se um ladrão invadisse sua casa e mexesse nas suas coisas, mas também agredisse sua mãe e você não pudesse fazer nada? Este é o sentimento. É o que há de mais sagrado, o que é intocável. Podiam roubar a igreja inteira, mas mexeram no que há de mais sagrado”, lamentou o sacerdote em declarações ao ‘Correio do Estado’.

Pe. Odair acredita que os invasores possam ter confundido o sacrário com um cofre e, por isso, arrancaram-no da parede e tentaram arrombá-lo; mas, resolveram deixar tudo para trás ao perceber que não havia dinheiro.

Segundo o pároco, “não foi levado nada de bem material”, entretanto, ressaltou que “o gravíssimo para nós é esse espaço”. “Tentaram abrir e como não conseguiram abrir por total, lançaram partículas do corpo de Cristo, que a gente considera esse sacrilégio”, disse.

Ao se deparar com a profanação, o sacerdote disse ter logo providenciado a purificação do local e, na quinta-feira, 19 de julho, foi celebrada uma Missa de desagravo, presidida pelo Arcebispo, Dom Dimas Lara Barbosa. Neste mesmo dia, conforme informado na página de Facebook da Paróquia, foi rezado o Terço após a Missa, pedindo “para que Nossa Senhora interceda pela pessoa que profanou o templo do Senhor”.

“Quando a pessoa faz isso [violação do sagrado], as pessoas ficam profundamente tristes e magoadas, e a missa de desagravo visa isso, falar da misericórdia de Deus. Mesmo a pessoa estando errada, pois violou algo sagrado, ela também é sagrada e devemos amá-la e respeitá-la. Condenamos o crime, não a pessoa”, declarou o presbítero.

De acordo com ‘Correio do Estado’, religiosos e pessoas da comunidade já se ofereceram para ajudar na reparação do sacrário destruído. A peça é avaliada em cerca de R$ 40 mil, mas, como especificou Pe. Odair, trata-se de uma peça única e será necessário fazer também uma adequação do local para acondicionar a nova.

Após o caso, foi registrado boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro como furto qualificado com destruição e rompimento de obstáculo. A investigação está a cargo da 1ª Delegacia de Polícia Civil.

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