Embora pareça que “a esperança agoniza” em Cuba, a ditadura comunista instaurada há seis décadas por Fidel Castro “cairá”, disse o padre cubano Alberto Reyes Pías.

“Nosso espírito desmoronou" depois da última convocação de manifestações contra a ditadura comunista em Cuba em 15 de novembro, escreveu em seu perfil no Facebook o padre da arquidiocese de Camagüey, Cuba. “Por um lado, a brutal repressão desencadeada desde 11 de julho, somada à hipersensibilidade dos mecanismos de controle estatal, aos processos sem justiça ou real possibilidade de defesa, às condenações desproporcionais dos manifestantes e às deportações forçadas, aumentaram nossa sensação de impotência e de estar indefesos”.

"Por outro lado, o favorecimento de uma nova debandada migratória reforçou a ideia de que é melhor fugir do que lutar”, disse.

Em 11 de julho de 2021, houve protestos massivos pacíficos contra a ditadura comunista cubana liderada hoje pelo presidente Miguel Díaz-Canel. O regime respondeu com repressão violenta, agredindo e prendendo manifestantes.

“Sim, parece que a esperança agoniza, submetida pelas maldições de sempre: ‘ninguém vai mudar isso’, ‘aqui já não se pode fazer nada’, ‘ninguém pode consertar isso...’”, escreveu o padre Reyes Pías, conhecido crítico do regime castrista. “Mas a esperança é uma espécie rara, que sem que saibamos como, revitaliza-se, reconstrói-se e, pouco a pouco, ressurge do golpe que tentou derrotá-la, mais uma vez disposta a invocar a luz”.

O padre cubano destacou que "chame-o de comunismo, socialismo, castrismo ou o que quer que seja, por mais poderoso que tenha sido e ainda pretenda ser, o 'sistema cubano' cairá".

A principal razão para a queda da ditadura, disse ele, é que "sufoca a liberdade, e o ser humano é constitutivamente feito para a liberdade".

“Tanto que o próprio Deus Criador a respeita e permite que suas criaturas humanas o rejeitem, mesmo que com isso façam um mau uso de sua liberdade”, destacou.

“Não podemos viver sem liberdade. O medo, a repressão, o instinto de sobrevivência... podem nos fazer submeter ou fingir fazê-lo, e podem passar anos, mas o fogo da liberdade é inextinguível, e permanece, e no devido tempo, se manifesta", disse.

Padre Reyes Pías disse que "é triste a miséria humana da alma deste povo".

“A rapidez com que se compartilha o desânimo é deprimente”, disse o padre cubano, acrescentando que ainda incentivam aqueles que lutam a desistir de “continuar sonhando com uma Cuba diferente”, acrescentou.

No entanto, destacou, “sei que a alma deste povo também tem dignidade e luz”.

"Hoje as sombras nos rodeiam, mas sei que do amanhecer ao anoitecer há muitos de nós que continuam acreditando em um futuro de liberdade, também para aqueles que nos oprimem", disse.

“Sei que do amanhecer ao anoitecer há muitas pessoas que se recusam a desistir da luta; sei que do amanhecer ao anoitecer há muitas pessoas que estão fazendo todo o possível para que um dia o sol nasça sobre uma Cuba sem correntes”, continuou. "Chegará o momento em que veremos que todos aqueles esforços que hoje nos parecem inúteis eram os esforços que estavam movendo montanhas, embora não fôssemos capazes de ver”.

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