O Arcebispo de Piura (Peru), Dom José Antonio Eguren, afirmou que a pílula do dia seguinte tem um potencial efeito abortivo, por isso faz parte da cultura de morte.

Assim indicou o Prelado em declarações ao Grupo ACI, ao apresentar o congresso internacional “A família, a vida e o acontecimento de Guadalupe” que será realizado em Piura de 13 a 15 de agosto.

"Acho que este acento de nosso Congresso de tratar os temas da vida familiar à luz do acontecimento de Guadalupe é atual porque vemos com dor que, recentemente, um tribunal ordenou ao Ministério da Saúde que informe e distribua gratuitamente a pílula do dia seguinte ou anticoncepcional oral de emergência, que sabemos muito bem que é abortivo, pois impede a implantação do embrião no ventre materno”, explicou o Arcebispo que durante 12 anos foi presidente da Comissão Episcopal da Família, Infância e Bioética do Episcopado peruano.

Por isso, destacou Dom Eguren, "quisemos dar ao congresso este acento de vida, porque, atualmente, as ameaças contra ela são constantes. Estamos vivendo em uma cultura de morte que propõe constantemente o crime abominável do aborto, incluindo a pílula do dia seguinte”.

Com o Congresso Internacional, que terá entre seus palestrantes Mons. Eduardo Chávez, fundador do Instituto de Estudos Guadalupanos no México, "queremos recordar que a vida humana é sagrada e inviolável desde a concepção até a morte natural".

Sobre a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, Dom Eguren explicou que "o cinto marca a gravidez da Virgem. Está localizado acima da barriga. Divide-se em duas extremidades trapezoidais que no mundo Nahuatl representam o fim de um ciclo e o início de uma nova era. Na imagem, simboliza que com Jesus Cristo começa uma nova era tanto para o velho como para o novo mundo".

"E a flor de quatro pétalas, que é o símbolo principal da imagem da Virgem e representa a presença de Deus. Nossa Senhora de Guadalupe é a Mãe de Deus e a flor de quatro pétalas marca o lugar onde se encontra nosso Senhor Jesus Cristo: seu ventre puríssimo", acrescentou.

"As ameaças contra a vida são constantes e acho que tomar consciência da sacralidade da vida é hoje uma tarefa urgente para defender o nascituro”, destacou o Arcebispo de Piura em diálogo com o Grupo ACI.

Em 2 de julho, o Primeiro Tribunal Especializado de Lima, presidido pelo juiz David Suárez Burgos, emitiu a sentença a favor de Violeta Cristina Gómez, obrigando assim o Ministério de Saúde (MINSA) a distribuir a pílula do dia seguinte.

O juiz Suárez Burgos já havia se pronunciado sobre o caso em 2016 com uma resolução que ordenava a distribuição da pílula. A sentença de 2 de julho a confirma.

Em 2009, o Tribunal Constitucional (TC) do Peru anulou a distribuição da pílula do dia seguinte em centros de saúde pública e ordenou que o Ministério da Saúde não desenvolva esta política, porque a possibilidade do potencial abortivo do fármaco não foi descartada.

A sentença do dia 2 de julho contradiz o que diz a Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em Inglês), uma agência do governo dos EUA.

A FDA determinou que a pílula do dia seguinte, além de prevenir a ovulação e a fertilização, impede a implantação de um óvulo fertilizado (embrião) no endométrio, produzindo um aborto.

A este respeito, Dom Eguren disse ao Grupo ACI que "custodiar o tesouro sagrado de toda vida humana, rejeitando o aborto e protegendo o nascituro, é a melhor maneira de prevenir qualquer forma de violência, e o caminho certo para construir uma genuína cultura de paz".

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