Patriarcas e chefes das Igrejas da Terra Santa rejeitaram os planos de Israel de anexar de forma unilateral terras pertencentes à Cisjordânia que a ONU reconhece como soberania palestina.

Em uma declaração conjunta publicada em 7 de maio, o Conselho de Patriarcas e Chefes das Igrejas na Terra Santa denuncia "a paralisação do processo de paz no Oriente Médio, entre israelenses e palestinos, devido a toda uma série de iniciativas unilaterais de anexação de terras da Cisjordânia por parte de Israel”.

Segundo os Patriarcas e Chefes das Igrejas, esses projetos "levantam perguntas extremamente graves sobre a viabilidade de qualquer acordo de paz para acabar com um conflito que dura há décadas e que continua cobrando a vida de muitos inocentes”.

Por isso, pedem ao Estado de Israel que "se abstenha destas ações unilaterais que conduziriam à perda de toda esperança de sucesso no processo de paz”.

Além disso, o Conselho convida as autoridades dos Estados Unidos, da Federação Russa, da União Europeia e das Nações Unidas "a sarem uma resposta a esses planos de anexação unilateral por meio de uma iniciativa de paz com limites temporais e escalonado de acordo com o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas para garantir uma paz global, justa e duradoura nesta parte do mundo considerada sangrada para as três religiões de Abraão”.

No comunicado também se faz um apelo "à Organização para a Libertação da Palestina, como representante legítima do povo palestino, para resolver suas diferenças internas, assim como todos os conflitos entre as demais facções que não estão sob seu guarda-chuva".

Dessa maneira, os palestinos "poderão apresentar uma frente unida orientada à obtenção da paz e à reconstrução de um Estado viável baseado no pluralismo e nos valores democráticos".

As autoridades israelenses justificaram seus planos em que o projeto de paz apresentado pelos Estados Unidos em janeiro passado, denominado pelo presidente Donald Trump como o "acordo do século", permitia a Israel estender sua soberania a mais de 30% do território da Cisjordânia e consolidar Jerusalém como a capital de Israel.

No entanto, esse mesmo plano estabelecia que Israel deveria congelar a ampliação de seus assentamentos em território palestino durante os próximos quatro anos. Apesar disso, durante a última campanha eleitoral em Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, usou como base eleitoral a construção de 5 mil casas em bairros orientais de Jerusalém, de maioria árabe e reconhecido pela ONU como território palestino.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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