Às margem do rio Amazonas, a paróquia Cristo Rei, na prelazia de Itacoatiara (AM) tem um desafio: das  45 comunidades, 42 são ribeirinhas. Para atendê-las, o pároco, padre Bruno Nirmal, precisava muitas vezes enfrentar 10 horas de viagem de barco e dependia da disponibilidade de alguma embarcação. Depois de conseguir a doação de um barco, o padre já fez várias viagens e disse ter encontrado um povo com “sede de missa, da Eucaristia, de Deus”.

Antes, contou padre Nirmal à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), “as viagens ficavam limitadas a quando conseguíamos algum recurso para alugar uma embarcação e realizar as visitas”. O bispo de Itacoatiara, dom José Ionilton, enviou um pedido de ajuda à ACN para a compra de um barco de alumínio. O pedido foi atendido e a primeira viagem do barco da paróquia Cristo Rei aconteceu no final de julho.

“A primeira viagem foi ótima! Esse barco nos ajuda a estar nas comunidades ribeirinhas mais rápido, o que nos possibilita aumentar o número de visitas. Já fomos a três comunidades visitando as casas, fazendo formação para os líderes, missas e batismos”, contou. Segundo padre Nirmal, a fé das pessoas que encontra nessas visitas “é muito forte, eles têm sede de missa, da Eucaristia, de Deus. Quando eles recebem a visita do sacerdote, eles param tudo e dedicam esse dia para participarem da missa, da oração do terço e das formações, com todo o coração”. O sacerdote, então, agradeceu aos benfeitores da Fundação ACN e garantiu que todos estão em suas orações.

A prelazia de Itacoatiara fica às margens do rio Amazonas, a 270 quilômetros a leste de Manaus (AM), em uma área de 59 mil quilômetros quadrados, que reúne uma população de 200 mil habitantes. Quase metade da população da prelazia está espalhada pelas mais de 200 comunidades ribeirinhas e há apenas 16 sacerdotes para atendê-los.

Neste ano, além da pandemia de covid-19, a população local enfrentou a maior cheia registrada do rio Amazonas. Os seis municípios da prelazia ficaram em estado de emergência o que obrigou grande parte da população a buscar outras moradias. Somente na cidade de Itacoatiara, sede da prelazia, 1,4 mil famílias foram afetadas pela cheia. Agora, com as águas voltando ao leito do rio, o trabalho de recuperar casas e comércios convive com maior incidência de cobras e escorpiões. Foram mais de 100 casos de ataques de animais venenosos no primeiro semestre, apenas na cidade de Itacoatiara.

O bispo de Itacoatiara, dom Ionilton, incentivou que as pessoas colaborem com a missão da Igreja nesta região. “Rogo a Cristo Rei do Universo muitas bênçãos para os benfeitores da ACN, para que continuem ajudando a Igreja na Amazônia, que tanto necessita”, disse.

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