O Parlamento português aprovou por unanimidade no último dia 25 de janeiro um voto de “condenação e pesar pela perseguição, intolerância e violência contra cristãos” no mundo.

Este documento, indica a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), expressa a “profunda preocupação” da Assembleia da República pelo “aumento da perseguição e violência contra minorias religiosas e étnicas”, especialmente nos países do Oriente Médio e continente africano, referindo que “a evolução dramática” desta situação inquieta os deputados.

Neste voto, assinala-se que “os cristãos são, pelo sexto ano consecutivo, uma das confissões religiosas mais massacradas” no mundo, junto com a comunidade rohingya.

Além disso, cita diversos relatórios de organizações não governamentais e faz referência às resoluções e avisos emanados do Parlamento Europeu para a situação de tentativa de “extermínio das comunidades cristãs no Oriente Médio e o desaparecimento de parte significativa do seu patrimônio religioso nos respectivos países”.

“O mundo não pode permanecer indiferente ao flagelo que atinge as comunidades cristãs”, ressalta o documento aprovado pelos parlamentares portugueses, ao assinalar que essa indiferença, “traduzida na ausência de prioridade política dada pelos vários países nas organizações internacionais”, fragiliza “a liberdade religiosa consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Para os deputados portugueses, a “liberdade de se ser cristãos, ou de outra crença, não pode nem deve ser inconciliável com a dominância cultural em outros países, do Oriente Médio aos continentes africano ou asiático”.

Nesse sentido, declaram no voto, é essencial “combater esta perigosa tendência, colocando-a na linha de frente do plano das Nações Unidas”.

Além disso, a Assembleia da República manifesta sua solidariedade “por todas as vítimas que perderam a vida em razão da sua crença” e “condena o agravamento dos atos de violência religiosa cometidos contra as comunidades cristãs, assim como todas as formas de violência, perseguição, discriminação e intolerância fundados nas convicções religiosas”.

Em declarações à Fundação ACN, a deputada Ana Rita Bessa assinalou que “a nossa matriz continua a ser cristã, mas o que é verdade é que hoje em muitos países, particularmente em certas regiões de África e do Oriente e Oriente Médio, há um número crescente e majoritário de cristãos perseguidos”.

Por isso, explicou “achamos que era importante fazer um alerta de que esta realidade acontece em outros pontos do mundo e que a Europa e o mundo ocidental têm também aqui um dever de preocupação e de atuação para que este tipo de perseguição em razão da religião não aconteça mais”.

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