O papa Francisco disse que Jerusalém deve "ser reconhecida por todos como um lugar de encontro e não de conflito", e seu status deve "preservar a identidade e o valor universal da Cidade Santa para todas as três religiões Abraâmicas, inclusive através de um status especial garantido internacionalmente", na reunião que manteve hoje, 4 de novembro, com Mahmoud Abbas, presidente do Estado da Palestina.

“No decorrer das conversações cordiais", diz o comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, "as boas relações entre a Santa Sé e o Estado da Palestina foram reconhecidas, e questões bilaterais de interesse mútuo foram abordadas".

Além disso, foi reconhecida a necessidade de promover “a fraternidade humana e a coexistência pacífica entre os diversos credos”.

Com relação ao processo de paz entre israelenses e palestinos, foi enfatizado que é “absolutamente necessário reativar o diálogo direto a fim de alcançar uma solução de dois Estados, também com a ajuda de um compromisso mais vigoroso por parte da comunidade internacional”.

Israel considera que Jerusalém é sua capital, status reconhecido por poucos países do mundo. Os palestinos reivindicam a cidade como capital de um futuro país palestino.

Mahmoud Abbas é reconhecido pela comunidade internacional como presidente do Estado da Palestinam, mas seu poder se limita à Cisjordânia. Depois do rompimento do governo de coalizão entre a organização dirigida por Abbas e o Hamas, em 2016, a organização radical muçulmana voltou a controlar sozinha a Faixa de Gaza.

O Hamas se opõe à existência de Israel. O grupo mantém uma guerra de baixa intensidade contra Israel e reinvidicou os disparos de foguetes contra o território israelense em maio deste ano. 

O papa também falou com Abbas sobre a urgência de “trabalhar pela paz, evitando o uso de armas e combatendo todas as formas de extremismo e fundamentalismo".

A audiência durou cerca de uma hora. O papa deu ao mandatário palestino um madalhão de bronze retratando duas mãos que se entrelaçavam, contra o pano de fundo da colunata de São Pedro, com uma mulher com filhos e um navio de migrantes e as palavras "Enchamos nossas mãos com outras mãos".

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