O papa Francisco receberá delegações dos povos indígenas canadenses e seus bispos nos dias 28 e 31 de março, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé ontem (23). O evento faz parte do processo pastoral de reconciliação com os povos indígenas do Canadá por causa da descoberta dos túmulos de 215 crianças indígenas em uma antiga escola residencial do Canadá.

As escolas residenciais indígenas foram estabelecidas pelo governo canadense, mas algumas eram geridas por diferentes organizações educativas, algumas delas católicas ou de outras denominações cristãs.

Os líderes das delegações dos povos indígenas planejaram a visita ao Vaticano com a intenção de que o papa Francisco faça um pedido de desculpas formal pelo papel da Igreja no sistema de escolas residenciais do país. A reunião deveria ter acontecido em dezembro de 2021, mas foi adiada por temor da pandemia de covid-19.

Um pequeno grupo de bispos canadenses, juntamente com líderes das Primeiras Nações do Canadá, os Inuit e os Métis, terão audiências privadas com Francisco.

No Canadá, os povos indígenas são conhecidos como “Primeiras Nações”. Atualmente, existem 634 comunidades das Primeiras Nações no país e, segundo o censo de 2016, compreende uma população de mais de 975 mil pessoas.

No Ângelus em 6 de junho de 2021, Francisco disse que se unia "aos bispos canadenses e a toda a Igreja católica no Canadá para expressar a minha proximidade ao povo canadense, que ficou traumatizado com a notícia chocante" da descoberta dos túmulos.

Segundo o papa, a descoberta "aumenta ainda mais a consciência das dores e dos sofrimentos do passado". "Que as autoridades políticas e religiosas do Canadá continuem a colaborar com determinação para esclarecer esta triste vicissitude e para se empenhar humildemente num caminho de reconciliação e de cura", acrescentou.

Em 27 de outubro de 2021, a Santa Sé anunciou que o papa viajaria ao Canadá.

Embora a data desta viagem ainda não tenha sido oficializada, o papa Francisco aceitou o convite da Conferência Episcopal do Canadá, que o convidou a fazer uma visita apostólica "no contexto do processo pastoral, em curso há algum tempo, de reconciliação com os povos indígenas”.

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