O Papa Francisco recebeu no sábado (19) no Vaticano Mar Awa III, Católicos-Patriarca da Igreja Assíria do Oriente, a quem expressou seu desejo de “encontrar uma data comum para os cristãos celebrarem juntos a Páscoa”.

Na audiência no Palácio Apostólico do Vaticano, o papa Francisco disse que “2025 é uma data importante: celebramos o aniversário do primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia”.

“Mas é também uma data importante porque nesse ano celebraremos a Páscoa na mesma data”, disse o papa Francisco.

“Portanto, tenhamos a coragem de acabar com esta divisão, que às vezes nos faz rir... ‘O seu Cristo quando ressuscita? O seu Cristo quando ressuscita?’ Não. O sinal é um só Cristo para todos nós”, disse o papa.

É preciso sermos “corajosos e buscarmos juntos: Eu estou disposto - mas, eu não, a Igreja Católica está disposta a seguir o que são Paulo VI disse”. Ele os exortou a decidir uma data que a Igreja Católica aceitará depois.

O Primeiro Concílio de Nicéia, no ano 325, decidiu que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a lua cheia do início da primavera, de modo que a data mais próxima possível para a Páscoa é 22 de março e a mais tardia é 25 de abril.

Hoje, os cristãos ortodoxos usam o calendário juliano para calcular a data da Páscoa, em vez do calendário gregoriano, que foi introduzido em 1582 e é usado na maior parte do mundo.

O calendário juliano calcula um ano um pouco mais longo e atualmente está 13 dias atrasado em relação ao calendário gregoriano.

“Atrevo-me também a expressar um sonho: que a separação com a amada Igreja Assíria do Oriente, a primeira duradoura na história da Igreja, possa também ser - se Deus quiser - a primeira a ser resolvida”, disse o papa.

Ele disse que “o clero e os fiéis das nossas Igrejas procuram oferecer um testemunho comum do Evangelho de Cristo em condições difíceis, e já experimentam uma comunhão quase completa em muitos lugares”.

“Isto está certo e esta situação é um sinal dos tempos, um forte apelo para que rezemos e trabalhemos intensamente para preparar o tão esperado dia em que poderemos celebrar juntos a Eucaristia, a Santa Qurbana, no mesmo altar”, disse o papa.

Para o papa Francisco, isso significaria “a realização da unidade de nossas Igrejas, uma unidade que não é nem absorção nem fusão, mas comunhão fraterna na verdade e no amor”.

O líder espiritual dos cristãos ortodoxos orientais do mundo, o patriarca Bartolomeu de Constantinopla, também confirmou seu apoio à busca de uma data comum para celebrar a Páscoa.

Segundo o Vatican News, o patriarca é a favor de fixar essa data comum para o ano de 2025, que marcará o os 170 anos do Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.

O arcebispo ortodoxo Job Getcha de Telmessos também já havia sugerido que 2025 seria um bom ano para introduzir a reforma do calendário.

Os mártires do Oriente Médio

Durante a audiência com Mar Awa III, Francisco recordou também a “imensa dor e o testemunho de numerosos mártires”.

“Infelizmente, o Oriente Médio continua ferido por tanta violência, instabilidade e insegurança, e muitos de nossos irmãos e irmãs na fé tiveram que deixar suas terras”, lamentou o papa.

O papa Francisco pediu que os cristãos do Oriente Médio possam usufruir de seus direitos, “em particular a liberdade religiosa e a plena cidadania”.

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