O papa Francisco recebeu hoje (25), os participantes no Encontro Nacional de Responsáveis ​​Diocesanos do Caminho Sinodal Italiano, aos quais confiou três tarefas: continuar caminhando, fazer Igreja juntos e ser Igreja aberta.

Na sala Paulo VI do Vaticano, o papa ouviu a apresentação do itinerário sinodal da Igreja na Itália pelo presidente da Conferência Episcopal Italiana, o cardeal Matteo Zuppi.

Em seguida, dirigiu seu discurso aos participantes deste encontro sinodal, que definiu como “uma bela experiência de escuta do Espírito e de discussão entre as diferentes vozes das comunidades cristãs”.

“É uma experiência espiritual única de conversão e renovação que pode tornar vossas comunidades eclesiais mais missionárias e mais bem preparadas para a evangelização no mundo de hoje”, disse Francisco.

Depois de ter se dedicado “à escuta” das dioceses e antes do início da nova etapa do Caminho Sinodal, conhecida como “fase de sabedoria”, o papa falou com os bispos e os responsáveis ​​diocesanos das três “tarefas”:

1. Continuar caminhando

O papa Francisco os convidou a não parar depois de colher "os primeiros frutos com relação às perguntas e questões que surgiram"

Francisco falou da importância de buscar a humildade, abnegação e bem-aventurança em suas comunidades, e pediu-lhes para “caminhar na história em companhia do Ressuscitado”. Ele também os advertiu para não ser uma comunidade que busca “salvaguardar a si mesma e os próprios interesses, mas em servir o Evangelho em um estilo de gratuidade e de cuidado”.

“Uma Igreja sobrecarregada por estruturas, burocracia e formalismo terá dificuldades para caminhar na história, em sintonia com o Espírito, para encontrar os homens e as mulheres de nosso tempo”, disse.

2. Fazer a Igreja juntos

O papa Francisco também falou da urgência de “fazer Igreja juntos” diante da “tentação de separar alguns 'atores qualificados' que fazem a ação pastoral”.

Para o papa, “esta consciência deve fazer crescer cada vez mais um estilo de corresponsabilidade eclesial: cada batizado é chamado a participar ativamente na vida e na missão da Igreja, a partir da especificidade da própria vocação, em relação com os outros e com os outros carismas, dados pelo Espírito para o bem de todos”.

“Precisamos de comunidades cristãs em que o espaço seja ampliado, onde todos se sintam em casa, onde as estruturas e os meios pastorais favoreçam não a criação de pequenos grupos, mas a alegria de ser e sentir-se corresponsáveis”, disse o papa.

Ele exortou a pedir ao Espírito Santo “que nos faça compreender e experimentar como ser ministros ordenados e como exercer o ministério neste tempo e nesta Igreja”.

3. Ser uma Igreja aberta

Em terceiro lugar, pediu-lhes que sejam "uma Igreja aberta" e garantiu que "redescobrir a própria corresponsabilidade na Igreja não significa implementar lógicas mundanas de distribuição de poder, mas significa cultivar o desejo de reconhecer o outro na riqueza de seus carismas e de sua singularidade".

Francisco disse que é possível “encontrar um lugar para aqueles que ainda lutam para ver sua presença na Igreja reconhecida, aqueles que não têm voz, aqueles cujas vozes são encobertas, se não silenciadas ou ignoradas, aqueles que se sentem inadequados, talvez por terem trajetórias de vida difíceis ou complexas”.

Segundo o papa, "a Igreja deve deixar transparecer o coração de Deus: um coração aberto a todos e para todos".

“Devemos nos perguntar quanto espaço abrimos e quanto realmente escutamos em nossas comunidades as vozes dos jovens, das mulheres, dos pobres, dos desapontados, daqueles que foram feridos na vida”.

Para Francisco, “enquanto a sua presença continuar a ser uma nota esporádica em toda a vida eclesial, a Igreja não será sinodal, será uma Igreja de poucos”.

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Francisco reforçou que o Sínodo “nos chama a ser uma Igreja que caminha com alegria, humildade e criatividade em nosso tempo, consciente de que todos somos vulneráveis ​​e precisamos uns dos outros”.

Exortou a “caminhar buscando gerar vida, multiplicar a alegria, não apagar o fogo que o Espírito acende nos corações".

Ele também pediu para ser uma Igreja “inquieta” e disse que “somos chamados a assumir as preocupações da história e a nos deixarmos interpelar por elas, a trazê-las diante de Deus, a mergulhá-las na Páscoa de Cristo".

Por fim, destacou a influência do Espírito Santo neste caminho: “É Ele o protagonista do processo sinodal: é Ele que abre as pessoas e as comunidades à escuta; é Ele que torna o diálogo autêntico e frutuoso; é Ele que ilumina o discernimento; é Ele que guia as escolhas e as decisões. É Ele, acima de tudo, que cria a harmonia e a comunhão na Igreja”.

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