Em uma nova entrevista concedida à revista belga ‘Tertio’, o Papa Francisco pediu aos meios de comunicação que não caiam na tentação de querer comunicar sempre o escândalo e recordou que eles têm uma responsabilidade muito grande para com a sociedade.

Na entrevista, o Papa pediu aos meios “não cair – sem ofender, por favor – na doença da coprofilia (afeição aos excrementos): que é procurar sempre comunicar o escândalo, comunicar as coisas ruins, embora sejam verdade”.

“Como as pessoas têm a tendência a coprofagia (comer excrementos), pode-se provocar muito dano”, alertou.

Francisco explicou também que “os meios de comunicação têm uma responsabilidade muito grande. Hoje em dia, em suas mãos está a possibilidade e a capacidade de formar uma opinião. Podem formar uma boa ou má opinião”.

Os meios de comunicação, continuou o Pontífice, “são construtores de uma sociedade. Em si mesmos, são para construir, para trocar, para confraternizar, para fazer pensar e educar. Em si mesmos, são positivos. Claro que, como todos nós somos pecadores, os meios também podem cair – os que fazemos os meios de comunicação, eu estou aqui usando um meio de comunicação – em fazer o mal”.

Como fez em outras ocasiões em que se referiu a este tema, o Papa advertiu aos meios de comunicação a não cair nas tentações da difamação e da calúnia, pois toda pessoa tem “direito à boa fama”.

Não respeitar este direito das pessoas, precisou Francisco, “é pecado e faz mal”.

O Papa também alertou frente à tentação da desinformação, porque com ela é possível causar muito dano, porque desse modo transmitem “a verdade pela metade. E, portanto, não pode fazer um julgamento sério sobre a verdade completa. A desinformação é provavelmente o maior dano que um meio pode fazer”.

Com a desinformação, disse o Santo Padre, o que se faz é orientar “a opinião pública em uma direção, deixando a outra parte da verdade. E depois, acredito que os meios devem ser muito limpos, muito limpos e muito transparentes”.

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