O papa Francisco rezou a oração do Ângelus hoje (3) diante de vários fiéis reunidos na Praça de São Pedro. Francisco disse que defende que a missão evangelizadora se baseia no testemunho de amor fraterno.

O papa destacou que Jesus enviou os apóstolos "dois a dois" para "ir às aldeias e preparar o povo para receber Jesus".

Segundo Francisco, “as instruções que Ele lhes dá não são tanto sobre o que devem dizer, mas sobre como devem ser: mais sobre o testemunho a ser dado do que sobre as palavras a serem ditas”.

“De fato, ele os chama de operários: isto é, são chamados a operar, a evangelizar por meio de seu comportamento. E a primeira ação concreta pela qual os discípulos realizam sua missão é precisamente a de ir dois a dois”, afirmou.

O papa defendeu que “pode-se planos pastorais perfeitos, implementar projetos bem elaborados, organizar-se até os mínimos detalhes; pode-se convocar multidões e ter muitos meios; mas se não houver disponibilidade para a fraternidade, a missão evangélica não avança”.

Em seguida, Francisco contou que “uma vez, um missionário contou que tinha ido para a África junto com um irmão da comunidade. No entanto, depois de um tempo separou-se dele, ficando em uma vila onde realizou com sucesso uma série de atividades de construção para o bem da comunidade”. “Tudo estava dando certo, mas um dia ele teve um choque: percebeu que sua vida era a de um bom empresário, sempre entre obras e burocracias! Então, deixou a gestão nas mãos de outros e voltou com o irmão”, contou.

O papa destacou que este missionário “compreendeu por que o Senhor enviou os discípulos 'dois a dois': a missão evangelizadora não se baseia no ativismo pessoal, ou seja, no 'fazer', mas no testemunho de amor fraterno, mesmo através das dificuldades que a convivência implica”.

“Então podemos nos perguntar: como levamos a boa nova do Evangelho aos outros? Fazemo-lo com espírito e estilo fraterno, ou à maneira do mundo, com protagonismo, competitividade e eficiência?”, questionou o papa.

“Perguntemo-nos se temos a capacidade de colaborar, se sabemos tomar decisões em conjunto, respeitando sinceramente quem nos rodeia e levando em conta seu ponto de vista. É sobretudo desta maneira que a vida do discípulo permite que a do Mestre transpareça, anunciando-o verdadeiramente aos outros”, concluiu.

Beatificações na Argentina

Depois do Ângelus, o papa recordou que ontem (2), em San Ramón de la Nueva Orán, Argentina, foram beatificados Pedro Ortiz de Zárate, padre diocesano, e Giovanni Antonio Solinas, padre da Companhia de Jesus.

"Estes dois missionários, que dedicaram suas vidas a transmitir a fé e defender os povos indígenas, foram assassinados em 1683 por levarem a mensagem evangélica de paz", disse.

"Que o exemplo destes mártires nos ajude a testemunhar a Boa Nova sem concessões, dedicando-nos generosamente ao serviço aos mais fracos. Aplaudamos os novos beatos", pediu o papa.

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