Em palavras improvisadas ao início de seu discurso no encontro com os bispos participantes do Encontro Mundial das Famílias 2015 na Filadélfia, o Papa Francisco revelou que esta manhã se reuniu com vítimas de abuso sexual nos Estados Unidos e assegurou que "todos os responsáveis prestarão contas".

Antes de iniciar seu discurso aos bispos, o Pontífice assinalou aos Prelados que “acabo de me reunir com um grupo de pessoas abusadas na infância e que são ajudadas e acompanhadas aqui na Filadélfia, com um especial carinho pelo Arcebispo (desta arquidiocese) Dom Chaput, e nos pareceu que tinha que comunicar isto a vocês”.

“Tenho gravado em meu coração as histórias, o sofrimento e a dor dos menores que foram abusados sexualmente por sacerdotes”, assinalou Francisco.

O Santo Padre indicou aos bispos que “continua me afligindo a vergonha de que pessoas que tinham aos seus cuidados esses pequenos” lhes causassem “grandes danos”, “lamento-o profundamente”.

“Deus chora” por estes abusos, assegurou.

“Os crimes e pecados dos abusos sexuais de menores não podem ser mantidos em segredo por mais tempo” afirmou e expressou seu compromisso de manter uma “zelosa vigilância da Igreja para proteger os menores e prometo que todos os responsáveis prestarão contas”.

Francisco destacou que as vítimas de abusos sexuais “se converteram em verdadeiros arautos, líderes de esperança e ministros de misericórdia”.

“Humildemente devemos a cada um deles e às suas famílias nossa gratidão por seu imenso valor para fazer brilhar a luz de Cristo sobre o mal do abuso”, assinalou.

Em um comunicado do Escritório de Imprensa da Santa Sé, informou-se que o Santo Padre recebeu  um grupo de vítimas acompanhadas pelo Cardeal Sean O’Malley, Arcebispo de Boston e Presidente da Comissão para a Tutela dos Menores criada pelo Papa. “Eram cinco pessoas adultas: três mulheres e dois homens que sofreram abusos quando eram menores de idade e cada um estava acompanhado por um membro de sua família ou alguém que os ajuda”.

Do grupo presente não todos sofreram abusos por parte de sacerdotes mas por outras pessoas próximas como educadores ou familiares.

O Papa, diz o texto, “deu-lhes umas palavras em comum e logo saudou cada um e rezou com eles, manifestou sua participação de seu sofrimento, sua dor e vergonha” e reiterou seu esforço na luta “para que todas as vítimas sejam escutadas e tratadas com justiça, os culpados sejam punidos e os crimes de abusos sejam combatidos com uma eficaz obra de prevenção na Igreja e na sociedade”.

“O encontro durou perto de meia hora e terminou com a bênção do Santo Padre”, conclui o comunicado.