As Missionárias da Caridade da Índia receberam autorização para voltar a receber e usar fundos do exterior, depois que em 25 de dezembro a ordem religiosa fundada por Madre Teresa de Calcutá impedida de receber fundos.

Vatican News, o serviço de informações da Sant Sé, informou no sábado que o governo indiano restaurou a licença da Lei de Regulação de Contribuições Estrangeiras (FCRA) para a ordem religiosa em 7 de janeiro, permitindo-lhes receber e usar fundos estrangeiros mais uma vez.

O Ministério do Interior informou no dia de Natal que se recusou a renovar o registro das Missionárias da Caridade por "não atender às condições de elegibilidade". No entanto, não explicou quais seriam os motivos.

Sunita Kumar, porta-voz das Missionárias da Caridade em Calcutá, disse ao jornal americano New York Times, em 28 de dezembro, que estava confiante de que o problema poderia ser resolvido. Ela disse que os fundos para o trabalho das missionárias não seriam afetados imediatamente devido ao apoio local.

Dias depois, porém, a ordem religiosa começou a racionar sua distribuição de alimentos e outros itens destinados aos pobres, despertando consternação e preocupação.

“Nunca esperávamos que nosso registro pudesse ser cancelado, mas aconteceu. Estamos felizes que a restauração de nossa licença tenha sido feita sem muita demora”, disse Kumar à UCA News após o anúncio em 7 de janeiro.

As licenças para as ONGs em virtude da Lei FCRA da Índia de 1976 estão sujeitas a um período de validade de 5 anos. Nos últimos anos, o governo indiano aumentou o seu controle sobre o financiamento estrangeiro de outras organizações sem fins lucrativos.

Esses problemas legais na Índia surgem em meio a tensões políticas, sociais e religiosas, bem como problemas com extremismo religioso anticristão em muitas áreas.

As doações estrangeiras para as Missionárias da Caridade totalizaram mais de US$ 13 milhões no ano fiscal encerrado em março de 2021. A organização não divulga publicamente sua receita total, diz o New York Times.

O padre Dominic Gomes, vigário-geral da arquidiocese de Calcutá, descreveu o anúncio inicial como "um presente de Natal cruel para os mais pobres dos pobres".

O padre afirmou que há 22 mil dependentes e beneficiários diretos nos centros das Missionárias da Caridade em toda a Índia.

As irmãs e irmãos Missionários da Caridade "se aproximam para ajudar milhares de pessoas e, muitas vezes, são os únicos amigos dos leprosos e marginalizados sociais, aos quais ninguém se atreve a se aproximar”, disse o padre, segundo UCA News.

Santa Teresa de Calcutá fundou as Missionárias da Caridade em 1950, na arquidiocese de Calcutá. O governo concedeu aos missionários uma casa para servir aos pobres de Calcutá em 1952.

Atualmente, a organização tem centenas de casas em todo o mundo e seus membros incluem irmãs e irmãos religiosos e padres, bem como uma organização leiga.

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