O Cardeal Francesco Montenegro, Arcebispo italiano e moderador do círculo menor italiano A, afirmou que os bispos reunidos nestes dias no Sínodo procuram dar às famílias “essa coragem” que necessitam para não se renderem diante das dificuldades.

Em entrevista a ACI Stampa – agência em italiano do Grupo ACI –, o Cardeal destacou que a ideia no Sínodo dos Bispos é dar à família “essa coragem que não nos leva a erguer a bandeira branca (da rendição) frente as dificuldades e faz com que sigamos adiante porque o bem da família pode converter-se no bem da sociedade”.

“Os valores que uma família vive se convertem em valores que logo se tornam comuns de uma maneira extensa”, adicionou.

O Purpurado italiano, que participa pela primeira vez de um Sínodo, reitera o que já foi dito por outros bispos sobre o clima entre os prelados e assinala que “não estamos em um ringue. Temos uma atitude de esperança e isto nos conforta. Procuramos a verdade com o rosto de misericórdia e buscamos a misericórdia que deve ter no coração a verdade”. “Acredito que seguimos trabalhando neste respeito que deveria ser a distinção de cada um de nós e de nosso diálogo e poderemos avançar com o que o Espírito proporá”, indicou.

Além disso, o Cardeal Montenegro disse que não existe um clima negativo “e digo a verdade. Há opiniões distintas, mas isso é normal: justamente porque o Sínodo é diálogo e cada um apresenta seu próprio ponto de vista e juntos procuramos encontrar uma solução, um caminho comum”.

Depois de assinalar que é possível que haja certa tendência a olhar as coisas dentro dos limites do Ocidente, o Arcebispo italiano disse que “a família é sempre uma riqueza. É certo que há ‘ventos’ de distintos lugares, mas a família tem muita solidez. Penso em muitas famílias que conheço e que, frente as dificuldades, procuram viver sua fé e a Palavra de Deus”.

O Sínodo, disse, “busca o bem dos cônjuges e o bem da família. O bom Deus nos dá a família cada dia com sua fadiga cotidiana” para que nos esforcemos por “não perder essa cor que o Senhor deu à família”.

Os bispos no Sínodo, continuou, “estamos aqui como discípulos para escutar a palavra de Deus e devemos escutar a voz dos homens e tratar de criar uma relação estreita uns com os outros, e assim somos discípulos. E o discípulo tem sempre algo a aprender e deve vivê-lo primeiro antes de dá-lo aos outros”.

Ao ser perguntado sobre o tema da doutrina e a possibilidade de uma mudança, o Cardeal Montenegro é claro: “Não (trocará), porque para nós é um tema essencial e fundamental”.

“A família, para nós, é o centro da pastoral e estamos aqui para tratar de fazer com que todos sintam a alegria de estar no centro da atenção de Deus e da Igreja”, sublinhou.

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