Nesta sexta-feira, 30, dia em que a Igreja recorda a memória de Santo André Apóstolo e Mártir, o Papa Francisco refletiu em sua homilia sobre a necessidade de anunciar a fé com coerência, alertando que a missão da Igreja não é a de fazer marketing ou publicidade para conquistar fiéis e sim a de anunciar o Evangelho de Cristo.

Segundo noticiou o hoje o site oficial do Vaticano (https://www.vaticannews.va/pt/), o Papa falou sobre a Primeira Leitura, em que São Paulo explica como a fé provenha da escuta e a escuta diz respeito à Palavra de Cristo, e recordou como é “importante o anúncio do Evangelho”, o anúncio de que “Cristo nos salvou, de que Cristo morreu e ressuscitou por nós”. De fato, o anúncio de Jesus Cristo não é levar "uma simples notícia”, mas “a única grande Boa Notícia”.

“Não é um trabalho de publicidade, fazer propaganda para uma pessoa muito boa, que fez o bem, curou tantas pessoas e nos ensinou coisas belas. Não, não é publicidade. Tampouco é fazer proselitismo. Se alguém vai falar de Jesus Cristo, pregar Jesus Cristo para fazer proselitismo, não, isso não é anúncio de Cristo: isso é um trabalho, de pregador, feito com a lógica do marketing. Que é o anúncio de Cristo? Não é nem proselitismo nem propaganda nem marketing: vai além. Como é possível compreender isso? É antes de tudo ser enviado”, afirmou.

Portanto, ser enviado “à missão”, explicou o Santo Padre, significa colocar “em jogo a própria vida”. O apóstolo, o enviado que “leva o anúncio de Jesus Cristo” e “o faz com a condição de que coloque em jogo a própria vida, o próprio tempo, os próprios interesses, a própria carne”.

“Esta viagem, de ir ao anúncio, arriscando a vida, porque jogo a minha vida, a minha carne – esta viagem – tem somente passagem de ida, não de volta. Voltar é apostasia. Anunciar Jesus Cristo com o testemunho. Testemunhar significa colocar em jogo a própria vida. Faço aquilo que digo”, completou.

O Papa então convida à “coerência entre a palavra e a própria vida: isso – evidenciou – se chama testemunho”. O apóstolo, o anunciador, “aquele que leva a Palavra de Deus, é uma testemunha”, que coloca em jogo a própria vida “até o fim”, e é “também um mártir”. De outro lado, foi Deus Pai que para "fazer-se conhecer" enviou “seu Filho em carne, arriscando a própria vida”. Um fato que “escandalizava assim tanto e continua a escandalizar”, porque Deus se fez “um de nós”, numa viagem “com passagem somente de ida”.

O Santo Padre também destacou o papel do anúncio que os mártires desempenham ao dar testemunho da fé com a entrega da própria vida: “Os mártires são aqueles que [demonstram] que o anúncio foi verdadeiro. Homens e mulheres que deram a vida – os apóstolos deram a vida – com o sangue; mas também tantos homens e mulheres escondidos na nossa sociedade e nas nossas famílias, que dão testemunho todos os dias, em silêncio, de Jesus Cristo, mas com a própria vida, com aquela coerência de fazer aquilo que dizem”.

Para concluir, o Papa recordou que todos nós, com o Batismo, assumimos “a missão” de anunciar Cristo”: vivendo como Jesus “nos ensinou a viver”, “em harmonia com aquilo que pregamos”, o anúncio será “frutuoso”. Se, ao invés, vivemos “sem coerência”, “dizendo uma coisa e fazendo outra contrária”, o resultado será o escândalo. E o escândalo dos cristãos, concluiu, faz muito mal “ao povo de Deus”.

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