O Bispo de Mamfe (Camarões), Dom Nkea Fuanya, assinalou que não votará a favor daqueles artigos que contenham a sigla LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) no documento final do Sínodo dos Jovens.

Na coletiva na Sala de Imprensa do Vaticano, em 24 de outubro, o Prelado africano explicou que "os nossos valores tradicionais ainda são iguais aos valores da Igreja e por isso podemos apresentar a tradição aos nossos jovens sem dilui-la e sem contaminação".

Por isso, "não votarei em nenhum artigo que contenha LGBT", considerando também que "99,9% dos jovens" em sua diocese "bateriam na minha porta e me perguntariam: o que é isso?".

"No que se refere à doutrina, está o que a Igreja ensina. Não se trata de tentarmos inventar um novo ensinamento no Sínodo (...). Jesus é o caminho, a verdade e a vida e, por isso, não podemos assumir posições que contradizem o Evangelho", explicou Dom Fuanya.

Sobre o tema da sigla LGBT, Cardeal Reinhard Marx, Arcebispo de Munique e presidente da Conferência Episcopal alemã disse: "Honestamente, não lembro ter discutido este assunto na Alemanha, então não posso dizer que há uma conversa específica a respeito".

Além disso, "este não é um Sínodo sobre a sexualidade, mas sobre os jovens", acrescentou.

O Bispo africano disse também que o ensinamento da Igreja pode ser transmitido, como no seu país, através da família e da comunidade. Isto, afirmou, "é muito importante e a Europa pode aprender da África".

"As minhas igrejas estão cheias e não tenho mais espaço para os jovens" e "as minhas missas mais curtas duram pelo menos duas horas e meia", assegurou o Prelado.

Entretanto, explicou: "Eu não quero dizer que a África tem que ajudar a Europa a resolver o problema da juventude, mas a Igreja deve ver como resolver o problema global da juventude".

"Quando vemos as coisas no Sínodo, não solucionamos os problemas de um continente de maneira especial ou das igrejas locais, mas vemos a Igreja de uma perspectiva mundial", assegurou.

No dia 24 de outubro, os bispos receberam o rascunho do documento final do Sínodo, um texto de 56 páginas em italiano que será votado no sábado, 27.

Depois da sua aprovação, esperam que o Papa escreva uma exortação apostólica pós-sinodal como ocorreu após da conclusão do Sínodo da Família, em 2015.

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