Morreu na manhã de ontem (12), em São Paulo (SP), padre Ladislau Klinicki. Ele era o salesiano mais velho do mundo, com 107 anos. Nascido na antiga União Soviética, padre Klinicki passou cinco anos como prisioneiro em um campo de concentração nazista. Veio para o Brasil em 1968 e desempenhou seu ministério sacerdotal em diversos lugares do Estado de São Paulo.

“Deixa-nos hoje um grande consagrado, religioso, sacerdote, salesiano, homem de muitas virtudes e qualidades (…). Tanto tempo viveu, e foi uma vida sempre marcada pela doação de si mesmo, para o bem e a salvação do outro. Realizou grandes serviços para o crescimento do Reino de Deus entre nós, deixou marcas profundas em muitos corações”, escreveu o inspetor dos salesianos de São Paulo, padre Justo Ernesto Piccinini, em mensagem lida na missa de corpo presente de padre Klinicki.

A missa foi celebrada pelo arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, na tarde de ontem (12) na paróquia Santa Teresinha. Após a celebração, o corpo de padre Ladislau Klinicki foi sepultado no cemitério do Santíssimo Sacramento.

Padre Ladislau Klinicki nasceu em 1914, em Kursk, antiga União Soviética. Fez sua primeira profissão religiosa como salesiano em 1934 e foi ordenado sacerdote em Varsóvia, Polônia, em 1943.

Biografia do sacerdote publicada em Vatican News diz que ele estava em Roma quando a casa dos salesianos na cidade foi invadida por soldados alemães alemão em 4 de março de 1942. Na ocasião, padre Klinicki e seus companheiros foram levados para a prisão. Em seu livro de memórias, ‘A um Passo da Morte’, o sacerdote contou que “a maior ajuda espiritual para nós foi a confiança na misericórdia de Deus e a oração”. Durante cinco anos, ele foi prisioneiro em campos de concentração nazistas.

Em 1968, Klinicki veio para o Brasil. Por dois anos, atuou como capelão dos poloneses no Bom Retiro, na capital paulista. Depois, foi para Lavrinhas (SP), onde deu aulas e foi confessor dos aspirantes salesianos durante sete anos. Foi vigário paroquial por um ano na paróquia São João Bosco, em Americana (SP). Em seguida, voltou a trabalhar com os aspirantes, por dez anos, em Pindamonhangaba (SP). Depois, retornou para Lavrinhas, onde permaneceu por mais dois anos e, desde 1990, passou a fazer parte da comunidade Santa Teresinha, na capital paulista. Nos últimos anos, dedicou-se ao ministério das confissões.

Quando completou 100 anos, escreveu: “Pela misericórdia divina completo 100 anos e, há já muito, faço parte do que chamamos ‘terceira idade’. Terceira e última, porque a Sagrada Escritura diz: ‘Setenta anos é o tempo de nossa vida. Oitenta anos, se ela for vigorosa’; e, mais: ‘Parte deles é fadiga e mesquinhez, pois passam depressa e nós voamos’ (Sl 89,10)”.

Em 2018, recebeu a medalha São Paulo Apóstolo, na categoria serviço sacerdotal. A honraria concedida pela arquidiocese de São Paulo tem como objetivos valorizar, estimular e dinamizar a vida eclesial e pastoral na arquidiocese.

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