A menina de cinco anos, Tafida Raqeeb, que ficou em coma por meses, saiu de cuidados intensivos em um hospital na Itália, onde chegou em outubro passado depois de uma batalha legal que a salvou de morrer no Reino Unido.

Em 15 de outubro de 2019, Tafida Raqeeb, uma menina de cinco anos que estava em coma, chegou à Itália para continuar seu tratamento no Instituto Gaslini, em Gênova, um hospital que se ofereceu para recebê-la depois que o Royal Hospital de Londres anunciou que retiraria seu suporte vital.

Segundo informou o jornal britânico ‘The Guardian’, em 8 de janeiro, o diretor da área de cuidados intensivos neonatais do hospital genovês, Andrea Moscatelli, disse em uma coletiva de imprensa que "Tafida já não precisa de cuidados intensivos”.

Tafida estava em coma desde 9 de fevereiro de 2019, após sofrer uma malformação arteriovenosa que provocou o rompimento de um vaso sanguíneo em seu cérebro. Os médicos ingleses indicaram que qualquer tratamento era inútil, no entanto, a menina muçulmana de cinco anos sempre manteve alguma consciência e só precisa de um respirador.

Moscatelli também disse na coletiva de imprensa que, “em casos de danos neurológicos muito graves como esses, o prognóstico é praticamente impossível. Saberemos com o tempo”.

O médico afirmou que agora trabalham para melhorar as funções vitais da criança para permitir que possa sair do hospital. "Isso permitiria se alimentar e ter respiração assistida em casa", ressaltou.

Na coletiva de imprensa de 8 de janeiro, a mãe da menina, Shelina Begum, enfatizou que "hoje é um dia extremamente especial para nós, porque Tafida finalmente está fora de cuidados intensivos”.

Ressaltou que, com isso, fica claro que “a opinião expressa pelos médicos britânicos diante do tribunal superior e o próprio prognóstico que realizaram demonstraram ser incorretos”.

“A transferência da pequena Tafida para um hospital para os cuidados de reabilitação é prova de que sempre se deve defender a vida e que toda pessoa tem o direito de ser cuidada e ajudada. É um exemplo surpreendente de por que estamos contra toda forma de eutanásia, uma via de saída veloz e econômica com aparência de eficiente e conveniente”, indicaram Toni Brandi e Jacopo Coghe, presidente e vice-presidente de Pro Vita & Famiglia, através de um comunicado datado de 8 de janeiro. 

"Agora, deve ser feita também a retirada parcial da ventilação assistida, uma vitória que ensina a todos o valor da vida humana, de uma só vida salva, que vale sempre todo esforço e toda luta possíveis”, ressaltaram.

 “Essa menina tão tenaz e acolhida pelo amor de seus pais, que nunca perderam a esperança, junto com uma rede de pessoas que lutaram ao seu lado com energia e esforço para sustentar sua vida contra toda previsão terrível, representa todos os frágeis que queremos defender das garras de quem trabalha por soluções de morte e não de cura”, assinala o texto.

"Tafida somos nós e Tafida é uma mensagem para nós", concluíram.

CitizenGO lançou em julho passado a campanha de assinaturas on-line “Let Tafida Raqeeb go to Italy” (Deixem Tafida Raqeeb ir para Itália), que reuniu mais de 279 mil assinaturas endereçadas à direção do Royal London Hospital e ao Barts Health NHS Trust (terceirizada do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, que administra cinco hospitais em Londres, entre eles o Royal London Hospital), para que permitissem que a criança fosse transferida.

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