O Bispo de Posadas, Dom Juan Rubén Martínez, explicou que não se pode reduzir o celibato a uma "mera imposição da Igreja" e precisou que "os maus exemplos e até nossas próprias limitações não invalidam o aporte de tantos que antes e atualmente dão sua vida por outros".

Dom Martínez precisou que "desde uma visão materialista que ‘só’ compreende o homem desde o fisiológico e instintivamente, dificilmente é possível entender estes valores como um ‘dom de Deus’, como um presente e instrumento de serviço à humanidade e ao bem comum"; e reconheceu que "partindo de uma antropologia materialista é obvio que o matrimônio monogâmico e o celibato serão considerados como algo anti-natural".

Entretanto, advertiu que "reduzir o celibato a uma mera imposição da Igreja é de fato uma falta de respeito à inteligência e ao mesmo Cristo ‘supremo e eterno sacerdote’, ‘celibatário’, que deu sua vida por todos nós e que Ele mesmo recomendou; aos textos bíblicos que têm uma profunda valorização do celibato e da castidade pelo Reino dos céus; e aos Padres  da Igreja, doutores e pastores do início apostólico e até o presente".

O Prelado indicou que "o unir o celibato e o sacerdócio ministerial é uma opção por uma maior radicalidade evangélica feita pela Igreja desde sua potestade e respaldada pela Palavra de Deus e o testemunho dos Santos e tantos homens e mulheres que ao longo da história desde este dom, e mesmo desde suas fragilidades trataram e tratam de doá-lo tudo em exclusividade a Deus e a seu povo. Os maus exemplos e até nossas próprias limitações não invalidam o aporte de tantos que antes e atualmente dão sua vida por outros".

É necessário "ter uma experiência de encontro com Cristo Ressuscitado para poder captar que nossa vida está repleta de sentido. Possivelmente esta expressão nos sirva para entender que somente desde a fé podemos ter uma compreensão profunda de temas como a vida, a família e o matrimônio, a Igreja e sua missão, o sacerdócio e o celibato", assinalou.

Também recordou que o Papa Bento XVI em sua mensagem para a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações, diz que "uma vez mais, Jesus é o modelo exemplar de adesão total e confiada à vontade do Pai, a quem toda pessoa consagrada deve olhar. Atraído por Ele, desde os primeiros séculos do cristianismo, muitos homens e mulheres abandonaram família, posses, riquezas materiais e tudo o que é humanamente desejável, para seguir generosamente a Cristo e viver sem ataduras seu Evangelho, que se converteu para eles em escola de santidade radical".

"Se humanizarmos a sexualidade e a consideramos como capacidade de espiritualidade no homem e a mulher, assim como a inteligência, a vontade, a liberdade, e sua capacidade de transcendência, poder-se-á entender que a sexualidade e a fecundidade é maravilhosa e muito mais plena, porque está ligada ao amor humano, e não só a uma sexualidade liberada dos instintos que sempre deixam a pessoa inundada em uma profunda insatisfação", afirmou.

O Bispo sustentou que "desde uma compreensão correta da pessoa humana, também se pode entender que a sexualidade é um veículo que não só realiza a generosidade, mas também é capaz de instrumentar a doação da própria vida no amor aos demais. Em definitiva, é porque a pessoa está feita para o amor que ela se plenifica doando-se a si mesma".

Por último, Dom Martínez animou a rezar pelas vocações sacerdotais e religiosas, com "a confiança na iniciativa de Deus e na resposta humana", e agradeceu a Deus porque "Ele segue realizando o chamado e a resposta de muitos jovens a consagrar-se a Deus e a seus irmãos. Eles respondem ao chamado porque acreditam no amor".