A Arquidiocese de Caracas expressou sua profunda tristeza pelo assassinato de quatro crianças na cidade do Valle, na capital da Venezuela, e encorajou os fiéis a não se acostumar com a "cultura de morte".

Em um comunicado enviado ao Grupo ACI em 16 de setembro, a Arquidiocese lamenta este "novo massacre" no qual morreram os menores Humberto Ruiz (10 anos), Roxana Alexandra Conde Graterol (10 anos), Julianyerli Valeria Conde Graterol (4 anos) e Jonas Jonneiker Conde Graterol (1 ano), “aos quais tiraram a vida de forma violenta e cruel. O Senhor já os terá entre os seus anjos no céu".

Na sexta-feira, 14 de setembro, as quatro crianças foram encontradas mortas em uma casa no Valle, onde foram assassinadas com um martelo por um indivíduo que, segundo a mídia local, também abusou delas.

As autoridades venezuelanas informaram no domingo, 16, que José Manuel Morgado Bello, autor dos crimes, foi morto pela polícia em um confronto no estado de Miranda.

"A nossa sociedade infelizmente está desumanizada, levaram-na a assumir a violência como um modo de se relacionar e inclusive de se organizar, que tantas vezes já se torna normal. A anarquia vigente coloca a vida dos cidadãos em risco, especialmente os mais pobres, dos setores populares que mais sofrem com este flagelo", ressaltou ainda o comunicado da Arquidiocese de Caracas.

A Arquidiocese afirmou que, "como Igreja Católica, nunca deixaremos de proclamar e defender a vida, ainda mais quando se trata de crianças inocentes".

Além disso, indicou que "o Sr. Cardeal Baltazar Porras Cardozo, Administrador Apostólico da Arquidiocese de Caracas, que está em Roma, acompanha com tristeza as notícias destes acontecimentos lamentáveis ocorridos recentemente em Caracas e mostra sua solidariedade às vítimas e lhes assegura sua oração e sufrágios pelos falecidos".

"Que o Senhor ressuscitado ajude todos os habitantes de Caracas a não nos acostumarmos com a cultura de morte e a nos acompanharmos mais na experiência do Deus da Vida que está presente entre nós. Que a Virgem Maria dolorosa nos acompanhe, console e fortaleça com seu amor materno", concluiu o comunicado.

Em janeiro deste ano, o Programa Venezuelano de Educação em Direitos Humanos (PROVEA) divulgou um relatório no qual assinalou que, nos últimos 15 anos, houve 10 massacres em todo o país, provocando a morte trágica de 177 pessoas.

Por outro lado, em março deste ano, 68 pessoas morreram em um incêndio durante um motim no centro penitenciário de Carabobo da Polícia Estadual, na região central da Venezuela.

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