O pai da jovem Malala Yousufzai, a ativista paquistanesa de 15 anos que os talibãs tentaram assassinar, assegurou nesta sexta-feira, 26, que sua filha "voltará a levantar-se" e que depois do atentado sofrido pela adolescente, a sociedade paquistanesa se uniu para buscar uma mudança.

Malala, que recebeu vários disparos quando voltava para casa depois da escola no dia 9 de outubro na localidade de Mingora, no vale de Swat (no noroeste do Paquistão), foi transladada à cidade britânica de Birmingham para receber tratamento pelas feridas sofridas.

Seu pai Ziauddin Yousufzai, e outros membros de sua família chegaram esta quinta-feira ao Reino Unido para visitá-la e ajudá-la em sua recuperação. "Para nós é um milagre (...) ela estava em condições muito ruins", reconheceu aos jornalistas.

"Queriam matá-la. Mas ela só caiu por um tempo. Voltará a levantar-se, voltará a defender-se", assegurou o pais com a voz quebrada pela emoção.

"Ela está melhorando a uma velocidade esperanzadora", assinalou o o familiar da jovem, conhecida em seu país por fazer campanha a favor da assistência das meninas à escola e que durante o controle dos talibãs do vale de Swat em 2009 elaborou um jornal para a BBC relatando os abusos cometidos por estes.

"Quando ela caiu o Paquistão permaneceu quieto. Isto supõe uma mudança de rumo", afirmou Yousufzai. "Pela primeira vez no Paquistão, todos os partidos políticos, o Governo, os meninos, os majores, estavam chorando e rezando a Deus", indicou.

O diretor médico do hospital, Dave Rosser, explicou que dentro  uns meses se recuperou totalmente para poder voltar para o Paquistão. "Ela está completamente segura de que seguirá seus estudos", indicou Rosser. Por enquanto, não está claro se a família voltará para seu país de origem.

O pai explicou que chorou na quinta-feira quando voltou a reunir-se com sua filha Malala e que esta lhe pediu os livros do colégio para seguir estudando no hospital. "Estamos muito contentes (...) rezo por ela", acrescentou.