Em um comunicado conjunto, a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), a Confederação dos Religiosos e Religiosas da Venezuela e o Conselho Nacional dos Leigos exigiram que os organismos do Estado convoquem "eleições livres e legítimas para retomar o caminho democrático", permitam o ingresso de ajuda humanitária ao país e detenham a repressão contra os cidadãos.

O texto divulgado no dia 4 de fevereiro argumenta que o povo venezuelano, diante da "situação dolorosa de injustiça e sofrimento", está buscando uma transição "pacífica e transparente", que leve a “eleições livres e legítimas para retomar o rumo democrático e alcançar a recuperação do estado de direito, a reconstrução do tecido social, a produção econômica, a moralidade no país e o reencontro de todos os venezuelanos”.

Nesse contexto, o comunicado afirma que essa "rota de transição em direção a um processo eleitoral" deve ser feita "de maneira pacífica e com os instrumentos presentes na Constituição Nacional" para evitar mais sofrimentos.

"Neste momento crucial da nossa história nacional, convidamos todo o povo venezuelano para dar o melhor de si, cada um em seu campo de trabalho e ação, de modo que a partir da unidade, solidariedade e responsabilidade ética, com um espírito descontraído, busquemos o bem comum e trabalhemos incansavelmente na reconstrução da democracia e de todo o país, evitando o derramamento de sangue", acrescentam.

Além do pedido de novas eleições, a Igreja está solicitando que se concedam "as permissões necessárias a fim de dispor de ajuda humanitária como meio para diminuir o impacto da crise sobre as pessoas mais vulneráveis".

"A Cáritas da Venezuela e várias instituições de ajuda social da Igreja com um amplo alcance em todo território nacional estamos empenhados em continuar o serviço que temos feito com equidade, inclusão, transparência e eficácia", diz o texto.

Deter a repressão

Por outro lado, o comunicado enfatiza que "a crescente repressão por razões políticas, a violação dos Direitos Humanos e as prisões arbitrárias e seletivas são moralmente inaceitáveis".

Por esta razão, os líderes da Igreja exigem "aos organismos de segurança do Estado que não continuem reprimindo seus irmãos da Venezuela e assumam a sua verdadeira responsabilidade que é proteger as pessoas em todas as circunstâncias, particularmente quando exerçam o direito às manifestações pacíficas”.

Do mesmo modo, recordam ao Ministério Público e à Defensoria do Povo que devem cumprir suas obrigações e fazer com que os abusos terminem, "particularmente no que diz respeito à prisão de menores".

Finalmente, no comunicado conjunto convidam o povo a participar na Missa de domingo, 10 de fevereiro, e assim "rezar em todos os templos, casas e comunidades, pedindo que o Senhor nos conceda a paz, a reconciliação, a liberdade e a saúde espiritual e corporal".

"Confiemos no Deus da história, Ele é o Deus da salvação em Jesus libertador que nos diz: 'Não tenham medo. Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo’. Que Maria de Coromoto, nossa padroeira nacional, nos acompanhe sempre como povo”, conclui o comunicado.

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