A Igreja na Nicarágua anunciou sua retirada do evento "Dias nas Dioceses", que será realizado em janeiro de 2019, como parte da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Panamá 2019.

Em uma carta enviada ao Arcebispo do Panamá, Dom José Domingo Ulloa, Secretário Adjunto do Departamento de Juventude da Conferência Episcopal da Nicarágua, Pe. Jhader Hernández, anunciou a retirada do evento.

Pe. Hernández indicou que a retirada ocorreu devido às "circunstâncias sociopolíticas que o nosso país está atravessando" e assinalou que a decisão busca "a segurança dos peregrinos e dos nossos agentes pastorais envolvidos nesta experiência da Igreja".

"Esperamos a sua compreensão e novamente agradecemos todas as orações e manifestações de proximidade que a Igreja panamenha teve para com o nosso povo durante estes momentos difíceis que estamos vivendo", concluiu o sacerdote nicaraguense.

“Dias nas Dioceses”, explica o site da JMJ Panamá 2019, "precedem as principais celebrações da Jornada Mundial da Juventude" e é um tempo no qual os peregrinos que participam do evento "passam pelas dioceses próximas ao país que organiza o encontro".

Depois de receber a carta da Igreja na Nicarágua, o Comitê Organizador da JMJ Panamá 2019 encorajou os peregrinos "a viver esta experiência de ‘Dias nas Dioceses’ na Costa Rica e no Panamá, onde estão se preparando para acolhê-los e compartilhar com vocês durante este tempo prévio à Jornada Mundial da Juventude, e que é uma das riquezas que marca de maneira especial a vida da juventude".

Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude também asseguraram que a Nicarágua está "no coração da JMJ".

Nos 100 dias de manifestações contra o regime do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, mais de 400 pessoas morreram durante a repressão violenta da polícia e dos paramilitares ligados ao governo.

A violência chegou à Igreja e o Bispo de Estelí, Dom Abelardo Mata, sofreu um atentado realizado pelos paramilitares e conseguiu sair com vida.

Diante dos contínuos ataques contra a população, o Bispo Auxiliar de Manágua, Dom Silvio José Báez, pediu que "Daniel Ortega detenha o massacre".

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