O bispo de Sokoto, na Nigéria, dom Matthew Hassan Kukah, vem buscando a libertação de um sacerdote de sua diocese sequestrado há 6 dias, enquanto nos Camarões um grupo de padres vem tentando a soltura de outro sacerdote, sequestrado na semana passada.

Sequestro na Nigéria

O bispo de Sokoto, bispo Matthew Hassan Kukah, informou que a sua diocese conta com uma pessoa que atualmente negocia a liberação do padre Joseph Keke, de 75 anos, com os sequestradores. O sacerdote foi sequestrado no dia 21 de maio por homens armados que atacaram a paróquia de São Vicente Ferrer, em Malunfashi, no estado de Katsina.

“Um de nossos funcionários está negociando com eles. Mas a experiência é dolorosa, muitas vezes traumática, devido à maneira desumana como eles falam e as ameaças que eles fazem. Nossa única arma é a oração”, disse o bispo Kukah à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), no dia 26 de maio.

O padre Alphonsus Bello, de 33 anos, sequestrado junto com o padre Keke, foi assassinado. No dia 20 de maio, seu corpo foi encontrado em uma fazenda. “A morte do padre Bello faz parte das perdas sem sentido e intermináveis que assolam a nossa nação. Na Nigéria, estamos todos literalmente sob o regime da espada. O país está sendo consumido por uma horda bárbara da humanidade”, disse dom Kukah à agência ACI África, do Grupo ACI.

O bispo disse a negociação com os sequestradores tem sido “uma das experiências mais dolorosas” que ele já viveu. Originalmente, os criminosos pediram um resgate de mais de US$ 240 mil, mas logo reduziram o pedido para pouco mais de US$ 120 mil.

“Como as agências reguladoras afirmaram, esses homens são meros ladrões, que muitas vezes trabalham com os moradores nas comunidades, que servem para eles como informantes. Eles simplesmente identificam os alvos fáceis e sua principal motivação é o dinheiro”, disse ele.

O sequestro de padres e de outros católicos é um problema constante no país mais populoso da África.

Sequestro em Camarões

Nos Camarões, os sacerdotes da diocese de Mamfe ofereceram missa na sexta-feira, 28 de maio, pela libertação rápida e segura do padre Christopher Eboka, sequestrado na sexta-feira passada. Na última quarta-feira, o chanceler da diocese de Mamfe, padre Sebastine Sinju, informou que foi feita uma convocação a “todos os sacerdotes para reunir os fiéis nas diversas igrejas, nesta sexta-feira, 28 de maio, para celebrar a Santa Missa e rezar pela libertação imediata e incondicional” do padre Eboka.

O sacerdote contou que o padre Eboka “tinha deixado a cidade de Mamfe para uma curta visita pastoral, pela festa de Pentecostes, a algumas localidades missionárias da paróquia da catedral, na sexta-feira, 21 de maio”. Ele disse que depois, no dia 22 de maio, receberam “notícias de que ele tinha sido tomado como refém por um combatente separatista”.

O padre lamentou que “apesar de todos os apelos e esforços para conseguir a sua soltura, o padre não foi libertado e os contatos seguem cortados”. “Estamos orando e trabalhando para garantir a libertação” do padre e do seu transportista, acrescentou.

Os separatistas operam nas regiões de língua inglesa dos Camarões, no sudoeste e noroeste do país. A crise foi desatada em 2016, depois que as manifestações de advogados e professores se tornaram violentas. O objetivo dos separatistas é a independência da região, que por eles é chamada de República da Ambazânia. 

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