O governo da Nicarágua ordenou a dissolução da personalidade jurídica da Universidade Católica João Paulo II e da Associação Universitária Cristã Autônoma /da Região de Nicarágua (UCAN).

O governo de Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder na Nicarágua, vem perseguindo a Igreja desde que, em 2018, padres e bispos apoiaram as manifestações populares contra o regime.

O Ministério do Interior, responsável pelo cancelamento das universidades cristãs, dá como fundamento o "descumprimento" das obrigações das universidades "conforme as leis que as regulam".

O ministério estabelece que os diretores de ambas as casas de estudos devem “entregar de forma célere e ordenada ao Conselho Nacional de Universidades (CNU) as informações sobre alunos, docentes, carreiras, planos de estudos, bases de dados de matrículas e habilitações (Registro Acadêmico)”.

O CNU fará a “recolocação dos alunos que estavam matriculados nas duas universidades” nas “universidades do CNU”.

Quanto ao destino dos bens móveis e imóveis, o ministério estabelece que a Procuradoria-Geral da República fará "a transferência destes para o nome do Estado da Nicarágua".

O cancelamento afeta os alunos e as sedes da Universidade Católica João Paulo II em Manágua, Juigalpa Chontales, Matagalpa e Granada; assim como a Associação da Universidade Cristã Autônoma da Nicarágua (UCAN) com sedes em León, Chinandega, Estelí, Juigalpa Chontales, Masaya e Matagalpa.

“O cancelamento da Universidade João Paulo II vai além de prejudicar a Igreja Católica e os estudantes da Nicarágua”, escreveu a advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina num tuíte.

A medida, disse a nicaraguense, “prejudica gravemente as famílias das comunidades vizinhas à Universidade, que levavam seus filhos para cursos e para que se alimentassem #SosNicarágua”, disse.

 

O ministério também cancelou a personalidade jurídica da Fundação Mariana de Luta contra o Câncer (FUMALCCAN).

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