Pais de família e escolas católicas perto de Dublin expressaram sua oposição ao plano do Departamento de Educação, que pretende retirar a Igreja Católica de uma escola que está sob sua supervisão; a medida é parte do esforço do governo para reduzir o papel da Igreja na educação na Irlanda.

Atualmente, a Igreja Católica administra mais de 90% das escolas na Irlanda e recebe fundos do governo para fazê-lo.

Contudo, o Departamento de Educação solicitou que uma das oito escolas católicas na área de Malahide-Portmarnock-Kinsealy, perto de Dublin, deixe de estar sob a supervisão da Igreja.

O objetivo deste departamento é chegar a 400 escolas "multi" ou não confessionais até o ano de 2030, através da combinação de desinvestimento na gestão católica e novas aberturas.

O ‘Irish Times’ divulgou o conteúdo de uma carta da direção da escola St. Oliver Plunkett, em Malahide, na qual os pais e funcionários se manifestam a favor da permanência sob os cuidados católicos, e que uma mudança teria “enormes implicações”.

"Uma mudança na administração significaria que a Primeira Confissão, Primeira Comunhão e Crisma já não seriam mais responsabilidade da escola. Portanto, quem quiser que seu filho receba os Sacramentos, deverá realizar a preparação fora do horário escolar e com um custo para os pais”, diz a carta.

Expressaram que uma mudança na supervisão também "afetaria o funcionamento e a gestão diária da escola, em particular em termos de gestão financeira, contratação, alocação de recursos".

Além disso, advertiram aos pais das escolas locais que festas católicas, como Natal, Semana Santa e São Patrício não poderiam mais ser celebradas nos centros caso mudem a administração, e haveria uma mudança geral na cultura das escolas.

Uma mudança na administração colocaria as escolas sob a responsabilidade de Educate Together, uma instituição de caridade educativa que foi elogiada pela Sociedade Nacional Secular da UK.; por Community National School,um modelo multidenominacioanl; por An Foras Patrunachta, um modelo das escolas de língua irlandesa.

Os pais com filhos nessas escolas poderão votar se desejam ou não que seus filhos saiam da gestão católica.

Em outubro de 2018, a Irlanda adotou uma lei que proíbe que escolas primárias católicas levem em consideração a religião nas admissões.

Sob a nova legislação, embora as escolas não possam mais usar a religião como um fator decisivo nas admissões, as escolas de grupos religiosos minoritários, como a Igreja da Irlanda, ainda podem usá-la para proteger sua ética.

Anteriormente, quando uma escola católica estava cheia, a religião era levada em conta para determinar quais estudantes iriam para a lista de espera.

Organizações católicas na Irlanda expressaram sua preocupação de que crianças católicas e seus pais possam ser discriminados com a nova lei. Além disso, temem que isso possa ameaçar o espírito da educação escolar católica.

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