A Basílica da Natividade de Belém, onde a tradição afirma que Jesus nasceu, fechou suas portas como precaução frente aos casos de coronavírus identificados no território palestino da Cisjordânia.

Na quinta-feira, 5 de março, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) anunciou o fechamento da região da Cisjordânia até 20 de março, depois de detectar novos casos de coronavírus no território, onde vivem palestinos e colonos israelenses.

O decreto inclui o fechamento de todas as instituições educacionais, igrejas e mesquitas desta região palestina, na qual está localizada Belém, onde Jesus nasceu. No século IV, a primeira basílica foi construída no local onde a tradição afirma ser a gruta que abrigou a Sagrada Família. No entanto, esta foi destruída e, no século VI, o imperador Justiniano construiu a igreja que se conhece hoje.

Segundo a agência EFE, o último grupo de peregrinos que conseguiu entrar na Basílica da Natividade de Belém antes da ANP anunciar o fechamento, o fez depois das 16h (hora local).

Por sua vez, um responsável eclesiástico disse à AFP que "respeitamos a decisão das autoridades porque a segurança é a prioridade", afirmou. "Se não for hoje, (o fechamento) ocorrerá amanhã", disse e destacou que há "conversas em andamento com as autoridades palestinas".

"Muitas pessoas de todo o mundo a visitaram e poderiam ter o vírus, então precisamos fechá-la para limpá-la. Ainda não sabemos quando será aberta novamente", explicou Isa Thalhieh, sacerdote ortodoxo grego a EFE.

O Ministério da Saúde da ANP informou em 5 de março que foram identificados os sete primeiros casos de pessoas com coronavírus no território palestino, informou o jornal israelense The Times of Israel. Os infectados são trabalhadores de um hotel localizado em Belém, que recebeu um grupo de turistas gregos que visitaram a Cisjordânia no final de fevereiro e foram diagnosticados com COVID-19 ao retornar à Grécia.

A menos de um mês da Semana Santa, época do ano em que Belém recebe um grande número de peregrinos, o Ministério do Turismo da Palestina anunciou a restrição da entrada de turistas na cidade a partir desta sexta-feira, 6 de março, e o cancelamento de reservas de hotel.

"Decidimos proibir a entrada de turistas por um período de 14 dias e proibir que os hotéis em todas as cidades recebam estrangeiros", indicou a ministra do Turismo Rula Maayah à AFP.

A ANP também suspendeu eventos multitudinários e competições esportivas. Algumas das medidas de prevenção foram estendidas às províncias de Nablus e Jericó, enquanto o COGAT, escritório de coordenação de Israel para atividades no Território Palestino, anunciou cooperação com as autoridades palestinas para evitar o contágio.

Israel controla as fronteiras externas dos territórios palestinos, por isso todos que entram na Cisjordânia têm que passar antes pelo território israelense.

Portanto, o Ministério da Saúde anunciou em 4 de março que, como medida preventiva, estrangeiros da China, Tailândia, Cingapura, Coreia do Sul, Itália, Alemanha, França, Áustria e Suíça, onde o COVID-19 foi registrado, deverão ficar em quarentena por duas semanas antes de entrar na Cisjordânia, medida que Israel também aplica em seu território.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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