No dia 11 de janeiro, faleceu aos 59 anos Steven McDonald, um herói católico da polícia de Nova Iorque (Estados Unidos), conhecido por perdoar a pessoa que disparou contra ele três vezes pelas costas, deixando-o tetraplégico há mais de 30 anos.

Segundo a rede ‘NBC4’, McDonald estava hospitalizado desde sexta-feira e faleceu de um ataque cardíaco no ‘North Shore University Hospital’, de Long Island.

Em sua memória, o Arcebispo de Nova Iorque, Cardeal Timothy Dolan, que também era seu amigo, descreveu em um comunicado o detetive como “um ícone da misericórdia e do perdão, um profeta da dignidade de toda a vida humana, um brilhante exemplo do melhor que o Departamento de Polícia de Nova Iorque tem, um amoroso esposo e pai e um católico fervoroso e fiel”.

Em 1986, Steven recebeu três tiros – na cabeça, pescoço e coluna – do assaltante Shavad Jones, um jovem de 15 anos, ao qual perdoou publicamente anos depois. Durante sua vida, o detetive inspirou vários policiais, inclusive o seu próprio filho que se tornaria policial de Nova Iorque em 2010 e que, atualmente, atua como detetive.

O Cardeal Dolan assegurou em um artigo para ‘New York Daily News’ que a tragédia poderia ter “sido suficiente para converter alguém em um ser alguém em um ser amargo, ressentido, aborrecido com Deus e com o mundo. Mas não Steven McDonald”.

“Em vez disso, perdoou o jovem que disparou contra ele e, inclusive, testemunhou a seu favor em sua audiência de liberdade condicional. Converteu-se em um forte defensor da paz e falou muitas vezes da necessidade de mostrar misericórdia aos demais”.

Steven costumava dar discursos e guiar peregrinações ao redor do mundo e, inclusive, pensava recentemente com o Cardeal Dolan em organizar uma peregrinação ao santuário de Nossa senhora de Lourdes, na França, “para levar os que estavam enfermos e feridos na mente e no corpo e rezar por sua cura”.

O Purpurado afirmou que, embora o mundo pensasse que McDonald parecia incapaz de oferecer algo de valor à sociedade, “ele demonstrou que nosso valor nunca está naquilo que podemos fazer, mas sim em quem somos, filhos de um Deus amoroso que dá a cada um de nós sua imagem e semelhança”.

“Tudo isso se refletia na notável fé católica de Steven. Quando o visitei no hospital no domingo passado, seu quarto parecia a Catedral de São Patrício, cheia de pessoas – sacerdotes, policiais, familiares, amigos –, todos rezando por ele quando estava aproximando da sua morte”, detalhou.

Além disso, o Arcebispo de Nova Iorque pediu a todos os nova-iorquinos que recordem Steven como o exemplo de “unidade e reconciliação” nos momentos em que o “estado de ânimo coletivo parecer ser de divisão, rancor e discórdia”.

Finalmente, dirigiu-se a Patti Ann e Conor, esposa e filho de Steven, para lhes agradecer pelo amor e apoio: “saibam que terão um ligar especial em nossas orações ao chorar a perda deste grande símbolo de Nova Iorque”.

O Cardeal Dolan presidiu uma Missa pelo funeral de McDonald na quinta-feira, 13 de janeiro, na Catedral de São Patrício, em Nova Iorque.

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