O Bispo Auxiliar de Valladolid (Espanha), Dom Luis Javier Argüello, assegurou que a evangelização da América impulsionada pela rainha Isabel a Católica não foi um “genocídio” e que esta qualificação “não responde à verdade histórica das coisas”.

O Prelado disse isso no marco do simpósio “Isabel a Católica e a Evangelização da América”, organizado pela Arquidiocese de Valladolid e que pretende impulsionar a causa de canonização da rainha.

Dom Argüello reiterou que o Descobrimento da América não foi um “genocídio” por parte da Coroa de Castela e indicou que este é um tema que “se escuta com frequência” nos dias próximos ao Dia da Hispanidade e Festa Nacional da Espanha.

“Além de injusto, não responde à verdade histórica das coisas”, assegurou o Prelado.

Segundo informa a agência EFE, Dom Argüello destacou a importância, o significado e a dimensão que significou o fato de “conhecer-se mutuamente” entre os habitantes de ambas as margens do Atlântico e de experimentar “a realidade de outras pessoas, outras culturas e línguas”.

Por isso, Dom Argüello lamentou que periodicamente apareçam nos meios de comunicação “algum tipo de dificuldade” que não permite o avanço do processo de canonização da rainha que teve início na Arquidiocese de Valladolid há 61 anos.

Em relação aos meios de comunicação, o Prelado assegurou que “sempre existe algum tipo de dificuldade para o que os estudos históricos não são suficientemente importantes”.

Nesse sentido, segundo recolhe EFE, o Bispo Auxiliar de Valladolid sublinhou que a rainha Isabel a Católica foi a principal impulsionadora da Monarquia Hispânica que posteriormente deu lugar ao Estado moderno e que possibilitou antes, durante e depois do descobrimento “um encontro, uma miscigenação” através de uma evangelização em que se destacou “a dignidade do homem e a abertura para a busca da justiça e do bem comum”.

Dom Argüello assegurou que a “caridade política” é uma das características distintivas de Isabel I de Castela e que durante sua vida alcançou “um alto grau de perfeição”.

Por isso, o Prelado manifestou seu desejo de que este simpósio, que termia na sexta-feira, 19 de outubro, contribua para tirar “algumas pedras do caminho” no processo de beatificação que atualmente se encontra na Santa Sé.

Entretanto, também destacou que a criação do tribunal da Inquisição e a expulsão dos judeus da Espanha são dois dos principais obstáculos aos que se enfrenta neste processo de canonização.

Porém, Dom Argüello sublinhou que “deve-se olhar o projeto global de sua existência, o significado de sua vida e a entrega na realização de seus propósitos”.

O simpósio “Isabel a Católica e a Evangelização da América” também inclui intervenções do Arcebispo de Toledo e Cardeal primaz da Espanha, Dom Braulio Rodríguez Plaza, sobre a importância das ordens religiosos na evangelização da América; de Guzmán Carriquiry, vice-presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina; da reitora da Universidade Católica de Ávila (Espanha), María del Rosario Sáez; e dos historiadores José Antonio Benito, da Universidade Sedes Sapientiae de Lima (Peru), e Alejandro Rebollo e Isabel del Val, ambos da Universidade de Valladolid (Espanha).

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