Formado em enfermagem, o novo Bispo de Viseu, Dom António Luciano Santos Costa, alertou sobre o perigo de se caminhar para uma “sociedade descartável”, frente ao debate sobre a eutanásia, em curso na sociedade portuguesa.

O novo Bispo de Viseu foi nomeado pelo Papa Francisco na quinta-feira, 3 de maio, e até então era vigário episcopal para o Clero da Diocese da Guarda.

Antes de seguir sua vocação sacerdotal, formou-se em enfermagem e trabalhou nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Já ordenado, continuou servindo na área de saúde, sobretudo no âmbito pastoral, como capelão coordenador do Hospital da Guarda e do Instituto Politécnico da Guarda.

Além disso, atuou como docente em áreas como a Deontologia Profissional e Ética, na Escola de Enfermagem da Guarda, e Doutrina Social da Igreja, Ética e Bioética, no Polo de Viseu da Universidade Católica Portuguesa.

Em declarações à Agência Ecclesia do episcopado português, o novo Bispo comentou sobre o debate em torno da legalização ou não da eutanásia no país, uma vez que, atualmente, encontra-se na Assembleia da República Portuguesa quatro propostas relacionadas à eutanásia, as quais foram apresentadas pelo Bloco de Esquerda, o Partido Socialista, o Partido Ecologista e o PAN – Partido Animais e Natureza.

Segundo ele, há um perigo de se caminhar para uma “sociedade descartável”. Diante disso, apontou que cabe primeiramente aos “serviços de saúde” dar “outras respostas”, entre as quais assinalou a importância dos cuidados paliativos.

O novo Bispo de Viseu contrapôs duas concepções diferentes de humanidade que, de acordo com ele, estão em causa. A primeira, indicou, é aquela para quem “o estar junto dos doentes, dos pobres, dos idosos” é algo que “rouba tempo” e, por isso, pretende “outro estilo de vida”.

A segunda, na qual se insere a Igreja Católica, defende “o respeito pela vida humana em toda a sua dignidade, com todo o seu valor, desde o momento da concepção até à morte natural”.

A Agência Ecclesia recorda que o novo Prelado foi um dos oradores do ciclo de debates ‘Decidir sobre o final da Vida’, promovido ao longo dos últimos meses pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

No evento, ao defender os cuidados paliativos, ressaltou que “a morte deve acontecer no momento certo”.

“É aqui que surge a medicina paliativa, que tem o seu lugar para ajudar a maior parte daqueles que carecem destes serviços”, declarou, ao acrescentar que “estes cuidados deveriam estar mais próximos de todos os que precisam”.

“O caminho é fazermos tudo para promover e defender a vida humana, seja em que circunstâncias for”, completou.

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