Relatório da equipe de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que os crimes cometidos pelo Estado Islâmico no Iraque são crimes de guerra e têm como alvo os cristãos no país.

O relatório, submetido ao Conselho de Segurança, órgão máximo da ONU, em 1º de dezembro, diz que os resultados das investigações provam que grupos extremistas afiliados ao Estado Islâmico atacaram cristãos, principalmente quando assumiram o controle de cidades iraquianas em 2014.

O documento também inclui outras questões, como deslocamento forçado de cristãos, conversão forçada ao Islã, confisco de suas casas e propriedades e destruição de igrejas e outros sítios arqueológicos.

A ONU disse que as operações dos grupos armados assumiram o controle das zonas cristãs mais proeminentes da planície de Nínive, ao norte de Mosul. As cidades foram Al-Hamdaniya, Karemlesh e Bartella.

Os cristãos nessas áreas também foram forçados a se converter ao Islã ou deixar suas casas. Como consequência, milhares de famílias fugiram para as regiões do norte do Iraque.

O arcebispo caldeu de Erbil no Iraque, dom Bashar Warda, disse à ACI Mena, agência árabe do grupo ACI, que, com este relatório, “começou o processo de dar a conhecer este massacre e os acontecimentos desde 2014”.

"Nós apresentamos às delegações internacionais provas vivas dos crimes cometidos por organizações terroristas", disse.

Segundo Warda, a ideologia seguida por esses grupos não é nova e alguns estudiosos e juristas foram contra o projeto de instaurar um Estado Islâmico, por causa dos crimes cometidos por grupos armados.

“O reconhecimento internacional dá força, restaura a dignidade das pessoas e cria um registro na história, para que essa tragédia não se repita e para reparar as vítimas”, comentou.

"Esperamos que o governo dos Estados Unidos trabalhe com as autoridades iraquianas para obter esses direitos", acrescentou.

A Igreja Caldeia em Erbil teve um papel importante na contenção da maior crise que os cristãos enfrentaram em décadas, trabalhando desde 2015 com os Cavaleiros de Colombo e organizações internacionais para estabelecer comissões de investigação sobre operações criminosas cometidas contra centenas de milhares de cristãos.

Os esforços extenuantes levaram o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e a Câmara dos Representantes dos EUA a aprovar a criminalização da guerra contra os cristãos no Iraque.

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