Na Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco ofereceu conselhos sobre como distinguir a voz do Espírito Santo da “voz do espírito do mal”.

Falando de uma cadeira de rodas em frente ao altar principal da basílica de São Pedro, o papa deu exemplos de como reconhecer a inspiração do Espírito Santo, que “em cada encruzilhada de nossas vidas nos sugere o melhor caminho a seguir”.

“O Espírito Santo nunca lhe dirá que em sua jornada tudo está indo bem. … Não, ele corrige você; ele faz você chorar por seus pecados; ele o impulsiona a mudar, a lutar contra suas mentiras e enganos, mesmo quando isso exige trabalho duro, luta interior e sacrifício”, disse o papa em sua homilia de hoje (5).

“Enquanto o espírito maligno, ao contrário, te empurra para sempre fazer o que você pensa e acha agradável. Ele faz você pensar que tem o direito de usar sua liberdade da maneira que quiser. Então, uma vez que você fica se sentindo vazio por dentro – é ruim, esse sentimento de vazio por dentro, muitos de nós sentimos isso – e quando você fica se sentindo vazio por dentro, ele te culpa, se torna o acusador, e te joga para baixo, destrói vocês," disse o papa. “O Espírito Santo, corrigindo você no caminho, nunca o deixa deitado no chão, nunca. Ele te pega pela mão, te conforta e te encoraja constantemente”, acrescentou.

O papa, que tem sofrido de dores no joelho nos últimos meses, não celebrou a missa de Pentecostes. Ele ficou sentado em uma cadeira branca em frente à congregação à direita do altar. Francisco foi levado à frente do altar em uma cadeira de rodas para fazer a homilia.

O cardeal Giovanni Battista Re, o reitor de 88 anos do Colégio dos Cardeais, foi o celebrante principal da missa, como fez na Vigília Pascal no início deste ano.

Em sua homilia, o papa Francisco sublinhou que os sentimentos de “amargura, pessimismo e negatividade” nunca vêm do Espírito Santo, mas do mal, que “aguça a impaciência e a autopiedade… problemas.”

“O Espírito Santo, por outro lado, nos exorta a nunca desanimar e sempre recomeçar. … Levante-se! Como? Entrando de cabeça, sem esperar por outra pessoa. E espalhando esperança e alegria, não reclamações; nunca invejando os outros, nunca – a inveja é a porta pela qual o espírito maligno entra – mas o Espírito Santo... leva você a se alegrar com o sucesso dos outros”, disse ele.

O papa acrescentou que o Espírito Santo é “prático” e “quer que nos concentremos no aqui e agora, porque o tempo e o lugar em que nos encontramos são cheios de graça”.

“O espírito do mal, no entanto, nos afastaria do aqui e agora e nos colocaria em outro lugar. Muitas vezes ele nos ancora no passado: nos nossos arrependimentos, nossas saudades, nossas decepções. Ou então ele nos aponta para o futuro, alimentando nossos medos, ilusões e falsas esperanças. Mas não o Espírito Santo. O Espírito nos leva ao amor, aqui e agora”, disse ele.

A Solenidade de Pentecostes, celebrada 50 dias depois da Páscoa, marca a descida do Espírito Santo. Milhares se reuniram dentro da Basílica de São Pedro para a missa.

O Papa Francisco disse que o Espírito Santo “rejuvenesce a Igreja” e ensina a Igreja “a ser uma casa aberta sem paredes de divisão”.

“Irmãos e irmãs, vamos frequentar a escola do Espírito Santo, para que ele possa nos ensinar todas as coisas. Invoquemo-lo todos os dias, para que nos lembre de fazer do olhar de Deus sobre nós o nosso ponto de partida, de tomar decisões ouvindo a sua voz e de caminhar juntos como Igreja, dócil a Ele e aberta ao mundo», disse.

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