O Partido dos Trabalhadores (PT) disse em nota não ter tido qualquer envolvimento com a invasão liderada pelo vereador Renato Freitas (PT) à igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, ocorrida no sábado, 5 de fevereiro.

“A Comissão Executiva Estadual do PT do Paraná lamenta o episódio e esclarece que não participou nem da organização nem da decisão de adentrar o templo religioso”, diz o texto divulgado hoje, 8 de fevereiro, com o título: "Respeito pelas instituições religiosas e Justiça pela barbárie contra o povo negro".

Assinada por Arilson Chiorato, presidente do PT-PR, e Angelo Vanhoni, presidente do PT de Curitiba, a nota diz: “O PT é defensor histórico da liberdade religiosa, aliás, entre outras frentes de luta, o PT nasceu dentro das comunidades eclesiais de base e das lutas pastorais, que (sic) é um partido plural e que (sic) reconhece na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) uma importante aliada no combate ao discurso de ódio e de intolerância que estão impregnados em nossa sociedade”.

“Há, por parte da imprensa tendenciosa, a manipulação de fatos para prejudicar o Partido dos Trabalhadores, pois os vídeos evidenciam que no momento em que os manifestantes estiveram no interior da paróquia, a missa já havia terminado e o templo estava vazio”, continua o texto.

Segundo nota oficial divulgada também na segunda-feira pela arquidiocese de Curitiba, o protesto ocorreu “no mesmo horário da celebração da Missa”.

A invasão organizada pelo Coletivo Periférico com participação de representantes do movimento negro e de “diversos imigrantes que residem em Curitiba e relataram violências racistas na cidade”, segundo nota de esclarecimento divulgada pela assessoria do político, foi realizada “em memória e por justiça para Moïse Kabagambe e Durval Teófilo Filho”. O imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe foi espancado até a morte por três homens no dia 24 de janeiro em um quiosque no Rio de Janeiro. Durval Teófilo Filho foi baleado na porta de casa em São Gonçalo (RJ), ao ter sido confundido com um ladrão por um sargento da Marinha.

Ao mencionar o caso de Moïse, a nota do PT diz que o imigrante “foi vítima de racismo, xenofobia e aporofobia, por algozes que continuam a reproduzir a ideologia escravagista”. Segundo a polícia, o crime foi registrado pela câmera de segurança local e três suspeitos foram presos: Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; Brendon Alexander Luz da Silva, o Totta; e Fábio Pirineus da Silva, o Belo, vendedor de caipirinha na praia.  

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