A causa de beatificação da irmã Lúcia dos Santos, a mais velha dos três pastorinhos que viram as aparições de Nossa Senhora de Fátima, avança. Em uma reunião no Vaticano, os postuladores da causa de Lúcia entregaram ao dicastério para as Causas dos Santos a “positio”, que contém testemunhos e informações detalhando as virtudes heroicas dela.

Padre Carlos Cabecinhas, reitor do santuário de Fátima, em Portugal, anunciou o andamento do processo no dia 13 de outubro, aniversário do milagre do sol, última aparição mariana em Fátima, que ocorreu em 1917.

A “positio sobre a vida, virtudes e fama de santidade de irmã Lúcia de Jesus dos Santos” será agora examinada por nove teólogos. Se a evidência de suas virtudes heroicas for confirmada pelo dicastério para as Causas dos Santos e o papa Francisco decidir promulgar um decreto, a irmã Lúcia será designada como venerável na Igreja Católica.

O papa Francisco canonizou os outros dois videntes de Nossa Senhora de Fátima, Jacinta e Francisco Marto, em 2017. Os dois pastorinhos, que morreram aos dez e 11 anos, respectivamente, são os santos não mártires mais jovens da história da Igreja Católica.

Lúcia, que tinha dez anos na época das aparições marianas de 1917, sobreviveu aos outros videntes por décadas, vivendo até os 97 anos.

A vidente de Fátima passou os últimos 50 anos da sua vida em um convento carmelita em Coimbra, Portugal.

Como ela foi a única vidente de Fátima que foi capaz de escutar a Virgem Maria falar durante a série de aparições em Fátima, suas memórias escritas deram informações importantes sobre a mensagem de Fátima.

“A certa altura, não há narrativa de Fátima sem a narrativa da Lúcia. Eu não consigo imaginar Fátima como ela é sem que Lúcia lhe tenha entregado uma narrativa, através dos escritos mais ou menos conhecido”, disse José Rui Teixeira, biógrafo de Lúcia, em um evento virtual no aniversário de Fátima, neste mês.

Teixeira, que ajudou a compilar documentos para sua causa de canonização, disse ter cerca de 4 mil referências em sua biografia.

A causa de canonização de Lúcia foi aberta em 2008, três anos após sua morte, depois que o papa Bento XVI concedeu uma dispensa do período de espera de cinco anos normalmente exigido.

Mais de 15 mil cartas, testemunhos e outros documentos foram coletados durante a fase diocesana de sua causa, que terminou em 2017.

“Rezemos também pela causa de beatificação e canonização da Irmã Lúcia, confiemos à sua intercessão as nossas intenções e necessidades, com a mesma confiança com que os peregrinos de há 100 anos lhe apresentavam os seus pedidos para ela os transmitir a Nossa Senhora”, pediu padre Carlos Cabecinhas, em 13 de outubro.

Confira também: