As Universidades católicas devem introduzir em suas disciplinas o documento do Vaticano "Homem e mulher os criou", sobre a ideologia de gênero na escola, defendeu o professor de Ética Fundamental da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, Pe. Robert Gahl.

Em declarações ao Grupo ACI, o professor assinalou que a questão não é se as universidades católicas deveriam introduzir o documento da Congregação para a Educação Católica em seus debates, mas "a questão é como fazê-lo".

"Em algumas das Universidades onde é mais necessário, haverá uma resistência entre alguns dos professores e até mesmo entre aqueles que têm responsabilidade de governo na Universidade", alertou.

Por isso, "será também responsabilidade dos Bispos locais, com sua liderança, não só confirmar ou comprovar que o documento está sendo seguido, mas também, mostrar como fazê-lo de forma positiva seguindo também o caminho de diálogo que o documento assinala”.  

Quanto ao modo de introduzi-lo no âmbito universitário, propôs que o documento faça parte da bibliografia de todos os assuntos que têm a ver com a antropologia, a filosofia ou a teologia.

Além disso, observou que seria útil "incluí-lo na orientação inicial dos estudantes da Universidade para que lhes ajude a garantir que não haja discriminações, que haja respeito a todas as pessoas. Esse respeito tem que ser também segundo a condição sexual de cada um".

Sobre o processo de elaboração do documento "Homem e mulher os criou", cujo subtítulo é "Para uma via de diálogo sobre a questão de gender na educação", explicou que "é evidente que o documento vem sendo preparado há bastante tempo. Certamente também porque é uma questão complexa devido à crise atual".

"É uma evidência pública que a redação exigiu o trabalho de um grupo de estudo durante muito tempo. O documento foi assinado pelas autoridades em fevereiro passado, e só agora foi publicado", destacou.

Também assinalou que "normalmente têm grupos de estudo internacionais dentro da Congregação, que são consultores e especialistas que costumam ajudar a Congregação. Tal documento deve ser aprovado primeiro pela Congregação para a Doutrina da Fé, que cuida da exatidão de qualquer documento desse tipo. E, certamente, também foi para o Departamento de Estado. Por isso, com certeza foi visto, estudado, corrigido por vários Dicastérios, além de ter sido aprovado pelo Papa”.

Finalmente, Pe. Robert Gahl também refletiu sobre a importância deste documento vaticano sobre a ideologia de gênero na educação: "Estamos diante de uma grande crise em toda a sociedade que tem grande impacto na vida da Igreja".

Além disso, "há muitos institutos eclesiásticos ao redor do mundo que estão lutando para acertar qual é a melhor maneira de lidar com esse problema. Este documento é de grande ajuda".

Do mesmo modo, "poder-se-ia dizer que é simplesmente uma compilação de textos precedentes, mas vai além, porque, em minha opinião, inclui, ao mesmo tempo em que tem uma reafirmação do magistério tradicional, também tem um desenvolvimento da doutrina importante, especialmente sobre como expressar-se em alguns dos detalhes da linguagem nesta matéria, na qual a linguagem é especialmente importante", concluiu.

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